O jogo de fliperamas Rampage tinha uma proposta relativamente simples. Cada jogador deveria assumir o controle de um monstro gigante – que poderia ser um lagarto, um gorila ou um lobo – e destruir uma cidade, enfrentando militares e devorando pessoas nas sacadas dos prédios.
Lançado em 1986, o título criado por Brian Colin e Jeff Nauman, foi levado sem demora para os consoles domésticos e ganhou diferentes versões ao longo dos anos. Muitas delas ampliando o número de criaturas, sempre inspiradas em clássicos do cinema kauji, como King Kong (1933), Godzilla (1953) e A 20 Milhões de Milhas da Terra (1957).
Em 2009, a Warner Bros. adquiriu a Midway Games, desenvolvedora do jogo, e dois anos depois anunciou a produção de uma adaptação cinematográfica de Rampage. O filme foi lançado em 2018, sob o comando do diretor Brad Peyton e estrelado por Dawyane “The Rock” Johnson. A opção por colocar o maior astro de Hollywood como protagonista alterou drasticamente o foco da trama, pois colocou os monstros de lado em prol de um enredo inteiramente focado nos humanos.
Viagem à Pré-História se destaca pela direção de arte. A maior parte das vezes que dinossauros aparecem na tela são reproduções dos quadros do pintor tcheco Zdenek Burian.
Na primeira cena, uma astronauta tenta salvar o resultado de um experimento genético em uma estação espacial que foi destruída por um rato gigante. O momento é tenso, sangrento e dá a impressão equivocada de que a obra é um genuíno exemplar de horror e não uma aventura cafona de Sessão da Tarde.
Johnson interpreta um ex-militar chamado Davis Okoye, que virou primatologista e trabalha numa reserva animal. Ele é particularmente afeiçoado a um gorila albino, chamado George, que vive excluído dos outros da mesma espécie. Quando uma amostra da estação espacial da abertura do filme cai na reserva, o primata começa a crescer e fica gradativamente mais agressivo.
Além de George, um lobo e um jacaré também são afetados por restos da experiência que caem na Terra. Em Chicago, dois irmãos que financiaram o estudo no espaço criam uma frequência para chamar os animais para a cidade – na única cena que remotamente se parece com o jogo de fliperama.
Rampage: Destruição Total tem elementos demais e funciona com uma ficção científica barata com um orçamento de US$ 120 milhões. A trama não preza em nada pelo realismo e serve muito como veículo para explorar o carisma de Johnson, tal qual Viagem 2: A Ilha Misteriosa (2012) e Terremoto: A Falha de San Andreas (2015), que também tem direção de Peyton.
Completam o elenco Malin Åkerman, Jake Lacy, Joe Manganiello, Jeffrey Dean Morgan e Naomie Harris. O título foi bastante bem-sucedido nas bilheterias, com Johnson anunciando a quatro ventos que espera que o longa ganhe duas sequências nos próximos anos.
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