Para cada pessoa que deixou de comprar um casaco novo nas lojas de departamento existem outras tantas que renovaram o guarda-roupa para o inverno na Gucci, Prada, Louis Vuitton, entre outras.
Na contramão da crise financeira, o mercado de luxo no Brasil “vai muito bem, obrigado!”, estabelecendo a cada ano dígitos de crescimento maiores. O fenômeno tem acontecido nos países em desenvolvimento.
Especialistas acreditam que em 2025, Brasil, Rússia, China e Índia representarão 52% do mercado de luxo no mundo. Freud explica.
Em todos os lugares, os ricos, consumidores do luxo, são menos sensíveis à crise econômica. Isso, unido ao fato de que os brasileiros naturalmente amam exibir marcas de alto valor, principalmente no segmento da moda, mantém esse mercado saudável e promissor.
Outro fator que tem contribuído para que a crise não impacte tanto no consumo de luxo no Brasil é o câmbio favorável. Com o dólar nas alturas, o dinheiro acaba ficando nas lojas de alto padrão que operam em território nacional. Ou seja, tem vendedor de luxo batendo meta enquanto o mercado mais popular registra desemprego na área do varejo.
Com o dólar nas alturas, o dinheiro acaba ficando nas lojas de alto padrão que operam em território nacional. Ou seja, tem vendedor de luxo batendo meta enquanto o mercado mais popular registra desemprego na área do varejo.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Luxo (Abrael), no ano passado, o segmento cresceu de 11% a 13% e deve manter-se nesse patamar de crescimento em 2016.
Marcas globais de todos os setores do luxo continuam de olho no Brasil e esperam uma sinalização de que a crise arrefeceu para investir no país, inclusive em cidades e capitais onde há um crescente avanço da classe AA.
O país tem registrado um aumento significativo no número de milionários e o Nordeste é a região onde o luxo mais cresceu no ano passado.
Não é novidade que o dinheiro está mudando de mãos no Brasil. E até marcas tradicionais já entenderam que para tocar o novo rico brasileiro é importante trabalhar com ícones da nossa “cultura”.
Um dos gurus do luxo no Brasil, Claudio Diniz utiliza em sua palestra um exemplo bem significativo de como as marcas têm de abrir mão de um posicionamento secular para sensibilizar os novos consumidores, até mesmo sob pena de perder de foco os antigos compradores.
O funk “Passinho (Ah Lelek lek lek lek)” foi gravado numa favela do Rio de Janeiro pelo MC Federado e os Lelek’s com alguns trocos (veja clicando aqui). Em 2013, a cantora Beyoncé dançou a mesma música no Rock in Rio colocando-a no patamar de hit pop (assista aqui).
E logo depois, a marca de automóveis Mercedes Benz utilizou a mesma música como trilha sonora do comercial do Classe A no Brasil (assista aqui). “Para vender produto de luxo tem de tocar na alma da pessoa”, diz Claudio Diniz.
Os entendedores afirmam que o mercado está ganhando maturidade. Antes tido como ostentação, agora o luxo está numa fase mais “evoluída”, voltada para a experiência e bem-estar que, nós sabemos, o dinheiro pode proporcionar. Por isso, setores como o náutico, a alta gastronomia, a hotelaria premium, viagens e afins se desenvolvem ao lado de produtos de luxo como roupas e joias.
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