Há meses estava na lista de leitura o livro Histórias de Ninar para Garotas Rebeldes. Fui protelando até que, na mesma semana, chegou o exemplar que eu havia comprado pela internet e minha filha mais velha ganhou outro de presente de uma amiga. O livro é bonito, de capa dura, tem uma diagramação agradável e ilustrações divinas.
Eu já sabia, pois havia acompanhado o noticiário sobre o lançamento da obra em espanhol e depois, no Brasil, que se tratava de uma série de narrativas sobre cem mulheres extraordinárias, relevantes para a história e para suas áreas de atuação. Eu já tinha visto imagens das páginas do livro e sabia que era uma daquelas obras que pode virar artigo de decoração.
Mas eu não imaginava que leria chorando cada página e cada história – do prefácio até quase a metade do livro. Meu coração de mãe-manteiga derretida não se conteve ao ver o compêndio de histórias de mulheres bravas, fortes, valentes, alegres, que lutaram pelo reconhecimento do trabalho que faziam, que lutaram por aquilo que acreditavam e que abriram espaço para mim e – consequentemente – para minhas filhas, um dia, vivermos em um mundo no qual homens e mulheres possuirão direitos iguais.
Cada uma das cem mulheres retratadas no livro tem uma história de superação que poderia ser a narrativa de cada uma de nós, de nossas mães, amigas e conhecidas. Toda mulher precisa batalhar para ser respeitada. As autoras resumem isso muito bem logo nas primeiras páginas, quando agradecem a confiança dos apoiadores:
Cada uma das cem mulheres retratadas no livro tem uma história de superação que poderia ser a narrativa de cada uma de nós, de nossas mães, amigas e conhecidas.
“Essa confiança não é algo que as mulheres têm chance de experimentar com frequência (…) A maioria das mulheres extraordinárias retratadas nesse livro nunca experienciou esse tipo de convicção.
Independente da importância de suas descobertas, da audácia de suas aventuras e da extensão de sua genialidade, elas foram constantemente menosprezadas, esquecidas e, em alguns casos, quase excluídas da história”.
O livro cumpre com maestria o papel essencial de dar visibilidade a uma centena de mulheres incríveis e contribui para o reconhecimento das lutas das grandes artistas, políticas e profissionais que, muitas vezes, ficaram à margem dos holofotes e corriam o risco de ser esquecidas.
Entre as perfiladas, estão mulheres notáveis e famosas como Frida Kahlo, Cleópatra, Marie Curie e Nina Simone. Mas muitas outras histórias sensacionais de mulheres incríveis que são praticamente anônimas, mesmo que importantes e inovadoras nas suas áreas de atuação.
As histórias são descritas de maneira simples, objetiva e com um linguajar propício para ser compreendido por crianças grandes, entre 8 e 10 anos.
O livro foi escrito por Elena Favilli e Francesca Cavallo. Cada personagem ganhou uma ilustração e 60 ilustradoras, de vários países, ficaram a cargo do trabalho. O resultado é uma combinação de cores e traços belíssimos. E, nas páginas finais, uma grande sacada: duas páginas em branco para que os leitores mirins escrevam suas próprias histórias e criem seus retratos. No Brasil, o livro foi lançado pela V&R Editoras.
HISTÓRIAS DE NINAR PARA GAROTAS REBELDES | Elena Favilli e Francesca Cavallo
Editora: V&R Editoras;
Tradução: Carla Bitelli, Flávia Yacubian e Zé Oliboni;
Quanto: R$ 58,90 (220 págs);
Lançamento: Janeiro, 2017.
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