Um clima de nostalgia e revolta tomou conta dos fãs de um clássico da animação dos anos de 1980 nos últimos dias nas redes sociais. A estreia de Mestres do Universo: Salvando Etérnia, nova aposta da Netflix, marca um reencontro com o universo de He-Man com direito a muitas novidades que – digamos assim – deixaram muita gente descontente.
Explica-se: nesta primeira parte da série de animação, formada por 5 episódios e disponível desde o dia 23 de julho, Kevin Smith, responsável pelo projeto, apostou em uma audaciosa narrativa que tira o super-herói do holofote. O spoiler, a partir daqui, é inevitável: na tão aguardada batalha com Esqueleto (Skeletor), He-Man é morto e o vilão também leva a pior no confronto.
Até o derradeiro capítulo, ele, assim como o Príncipe Adam, sua verdadeira identidade, surgem apenas em flashbacks para desespero do “público raiz”. Só que – para fechar essa parte 1 – o retorno do poderoso de Greyskull reserva um desfecho assustador na mão do Esqueleto, que vai tomar conta da tão cobiçada Espada do Poder.
Bem recebida pela crítica, Mestres do Universo: Salvando Etérnia mostra a difícil missão da guerreira Teela após a morte de He-Man. Cabe a ela comandar um inusitado grupo – formado por forças bondosas de Greyskull e maléficas criaturas da Montanha da Serpente – para encontrar as duas partes perdidas da Espada do Poder durante o embate dos grandes rivais desse universo mágico.
Bem recebida pela crítica, ‘Mestres do Universo: Salvando Etérnia’ mostra a difícil missão da guerreira Teela após a morte de He-Man.
Se não bastasse isso, a união de todos é inevitável para assegurar que Etérnia não perca a sua magia. De fato, Smith, que foi fundamental para a Marvel no resgate bem-sucedido do Demolidor em Diabo da Guarda, surpreende com uma série impactante, épica, respeitosa, madura, repleta de reviravoltas e muito moderna. Tudo isso, como era esperado do cineasta, com um “quê” de Star Wars e até mesmo de O Senhor dos Anéis.
Aliás, Kevin Smith, diretor do clássico O Balconista (1994), tem uma carreira versátil e fez muito pelos super-heróis e HQs. O mesmo pode ser dito, com certeza, sobre Mestres do Universo. Apesar de idolatrada por uma legião de admiradores, a série de animação, de 1983, era um entretenimento sem maiores adjetivos, responsável basicamente por impulsionar as vendas dos produtos da Mattel.
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Sucesso no programa Xou da Xuxa (Rede Globo) no Brasil, He-Man e os Mestres do Universo, produzida e exibida originalmente entre 1983 e 1985 nos EUA, chamava a atenção pelas lições de moral trazidas pelo protagonista e outros personagens cativantes. Aos fãs do clássico, vale lembrar que tipos inesquecíveis como Gorpo, Maligna e o Pacato (Gato Guerreiro) estão de volta, mas sem a mesma pegada da série cult da tevê.
A exemplo da bem-sucedida releitura de She-Ra, também da Netflix, Mestres do Universo traz luz a outros nomes importantes desse clássico, tenta responder perguntas deixadas no ar na série original e aposta no desenvolvimento de dramas pessoais de personagens que não tiveram grande destaque até então. Em outras palavras, o desenho animado, tido como entretenimento “b” por muitos críticos, ganha relevância e torna-se uma grande surpresa.
Se você está embalado pelo hit do Trem da Alegria (“He-Man”), segue no clima do longa de animação O Segredo da Espada Mágica (1985), que mostra como o herói e She-Ra são irmãos, e basicamente curte gritar “eu tenho a força”, é bom se preparar para fortes emoções com a série da Netflix.
Para quem teve que encarar a versão live-action do desenho, de 1987, com Dolph Lundgren no papel-título, garanto que Mestres do Universo: Salvando Etérnia não vai decepcionar. Permita-se, pois a experiência vai ser bastante interessante…
Em tempo: a Sony Pictures adiou os planos de um novo live-action de He-Man. A estrela teen da Netflix, Noah Centineo, assumiria o personagem, mas deixou em definitivo o projeto. Até o momento, não há notícias que indiquem a realização do longa.