Polêmico, Chorão foi mais que o vocalista de uma importante banda do cenário do rock brasileiro. Por praticamente duas décadas, o líder do Charlie Brown Jr. influenciou uma geração, que seguia o grupo com uma energia impressionante. A morte precoce do artista, aos 42 anos, no dia 6 de março de 2013, deixou uma lacuna difícil de ser preenchida nos corações dos fãs.
Esse foi o derradeiro capítulo de uma trajetória repleta de altos e baixos, brigas e episódios tensos, mas que colocaram em evidência um talento que merece ser reverenciado. Para quem curtia o cantor e o CBJr., a boa notícia é o lançamento, no dia 8 de abril, nos cinemas e nas plataformas digitais, do documentário Chorão: Marginal Alado, dirigido por Felipe Novaes.
No trailer, lançado no início desta semana, é possível ter uma ideia da produção, vencedora do prêmio de melhor documentário nacional no voto popular na 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. A obra traz depoimentos, imagens inéditas de acervo pessoal e de arquivo – desde o boom do Charlie Brown Jr., no final dos anos de 1990, até a partida inesperada por conta da overdose de cocaína há 8 anos.
Ao longo de sua trajetória, a banda enfrentou inúmeras turbulências. A maior delas tinha a ver com os desentendimentos entre Chorão e Champignon.
Bastante criativo, Chorão, ou melhor, Alexandre Magno Abrão, foi além da música. Flertou com a moda e também deixou sua contribuição para a Sétima Arte. Em 2007, foi lançado O Magnata, com roteiro do cantor, e que tinha Paulo Vilhena como protagonista. Ele faz uma participação no longa e também assinou boa parte da trilha sonora. Outras paixões marcantes eram o skate e o time do Santos, que tornou-se seu clube do coração desde o momento em que ele deixou Sampa para viver na Baixada Santista. Uma história que merece ser conhecida e eternizada.
Trajetória
Foi em 1997, com o álbum Transpiração Contínua Prolongada, que o CBJr. tomou conta das rádios e das playlists de jovens de todo o país. O disco emplacou hits como “O Coro Vai Comê!”, “Proibida Pra Mim (Grazon)” e “Tudo que Ela Gosta de Escutar”. Na sequência, vieram outros clássicos e prêmios, que fizeram do Charlie Brown Jr. um dos grupos mais influentes de todos os tempos.
Ao longo de sua trajetória, a banda enfrentou inúmeras turbulências. A maior delas tinha a ver com os desentendimentos entre Chorão e Champignon. O baixista chegou a deixar a formação, mas retornou anos depois. As desavenças entre os artistas inflamavam também os fãs.
Prova disso é que, em setembro de 2013, provavelmente muito abalado pela partida de Chorão e outros problemas potencializados pelo fato, Champignon tirou a própria vida com uma arma de fogo. Foi, sem dúvida alguma, um dos capítulos mais tristes da história da música brasileira.
