A força da representatividade de Chadwick Boseman é emocionante e necessária. O ator norte-americano, que morreu no dia 28 de agosto por conta de complicações decorrentes do câncer de cólon, mobilizou desconhecidos e famosos, de todas as áreas, em torno do legado deixado em sua breve, mas intensa carreira.
Como Pantera Negra, herói negro dos quadrinhos da Marvel, Chadwick, que tinha 43 anos, protagonizou, em 2018, uma das produções do gênero mais prestigiadas pela crítica e pelo público. Não à toa, o longa-metragem homônimo foi indicado a seis categorias no Oscar, incluindo melhor filme, arrebatando duas estatuetas (melhor figurino e melhor direção de arte).
Por conta da sua importância e do impacto da notícia inesperada, as redes sociais foram invadidas pela imagem dos braços cruzados sobre o peito, representando a saudação e demonstração de força – “Wakanda forever” –, o cumprimento imortalizado pelo super-herói. Por conta disso, o personagem fez de Chadwick símbolo da luta pela representatividade não apenas nas artes, mas em todos os setores da sociedade.
Tal fato explica a mobilização – incomum, diga-se de passagem – de nomes de referência nos mais diferentes segmentos, muito além do universo artístico: ídolos do basquete, futebol e até mesmo lideranças políticas. Barack Obama, por exemplo, não escondeu a emoção ao relembrar da trajetória do artista. O ex-presidente dos EUA chegou a recebê-lo na Casa Branca. Até a apresentadora Maju Coutinho, no comando da edição do Jornal Hoje (Rede Globo), homenageou o ator com o gesto de “Wakanda forever”.
Luta
Como um verdadeiro super-herói, no sentido amplo da palavra, tornou-se uma inspiração para as novas gerações, que veem no artista uma figura representativa de mudanças tão necessárias.
Chadwick Boseman viveu o personagem mais importante de sua carreira já enfrentando o diagnóstico do câncer. Fez isso de forma serena, mantendo sua batalha pela vida longe dos holofotes. Consciente do estágio grave da doença, ainda assim encontrou forças para levar sua energia positiva para crianças e outros pacientes que enfrentavam o mesmo problema. Entre sessões de quimioterapia e cirurgias, não abandonou os compromissos profissionais.
Como um verdadeiro super-herói, no sentido amplo da palavra, tornou-se uma inspiração para as novas gerações, que veem no artista uma figura representativa de mudanças tão necessárias. Mais que isso: Chadwick Boseman simboliza que todo e qualquer sonho é possível, independentemente dos estereótipos tão fortalecidos ao longo da história da humanidade.
Vale lembrar que, antes de dar vida ao Pantera Negra, Chadwick Boseman já tinha representando nomes importantes em outros projetos audiovisuais. Ele deu vida a James Brown, ao jogador de beisebol Jackie Robinson e a Thurgood Marshall, primeiro juiz negro na Suprema Corte norte-americana.
De fato, o filme solo do Pantera Negra, herói criado por Stan Lee e Jack Kirby em 1966, causou um enorme rebuliço nas salas de exibição. A representatividade fez eco e inspirou muita gente. Um legado e tanto que merece, com certeza, ser perpetuado.