• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Crônicas Eder Alex

Não pense em Beatles, trabalhe

porEder Alex
24 de fevereiro de 2017
em Eder Alex
A A
"Não pense em Beatles, trabalhe", crônica de Eder Alex.

Imagem: Reprodução.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

Andei lendo a biografia do Charles Manson por esses dias (nada como uma leitura leve para colorir os dias cinzas, não é mesmo?) e me senti um tanto perplexo quando descobri os métodos utilizados por ele para dominar pessoas e conseguir mais seguidores. Não porque eles fossem originais ou convincentes, justamente o contrário, fiquei fascinado com o fato de que ele conseguiu atrair tanta gente com um papo tão furado.

Pra quem eventualmente não conhece a figura, Manson foi julgado e condenado por uma série de assassinatos cometidos no final dos anos 60 nos EUA. O caso é famoso, pois a maioria das mortes, incluindo a da atriz Sharon Tate, então esposa do cineasta Roman Polanski e que estava grávida na época, não foram cometidas exatamente por Charles, mas sim pelos seguidores da seita que ele criou.

Em resumo: jovens aparentemente comuns invadiram mansões em Los Angeles e esfaquearam várias pessoas, simplesmente porque o seu líder que queria ficar famoso mandou. É isso.

Sabemos que nós seres humanos, tanto jovens, quanto adultos, costumamos fazer coisas meio estúpidas, como comprar Crocs (eu disse Crocs, não crack), doar o salário para uma igreja falcatrua ou comer merda porque algum ator famoso, algum líder espiritual ou youtuber falou que era bacana.

Sabemos que nós seres humanos, tanto jovens, quanto adultos, costumamos fazer coisas meio estúpidas, como comprar Crocs (eu disse Crocs, não crack), doar o salário para uma igreja falcatrua ou comer merda porque algum ator famoso, algum líder espiritual ou youtuber falou que era bacana. Mas entre comprar um calçado ridículo e matar uma pessoa há uma pequena distância. Então, como é que aqueles crimes tão insanos puderam acontecer?

Charles Manson era um maluco (ou quem sabe um gênio psicótico) bastante criativo. Após estudar o livro de autoajuda Como fazer amigos e influenciar pessoas, ele inventou uma teoria apocalíptica que envolvia a Bíblia Sagrada, a cientologia (aquela do Tom Cruise) e as músicas dos Beatles, em especial as do The White Album.

Aproveitando o clima tenso das lutas pelos direitos civis em vários países, Manson começou a dizer para as pessoas que após anos de escravidão o mundo entraria em equilíbrio novamente com os negros tomando o poder que lhes era de direito e então eles passariam a matar todos os brancos. Quando o momento da revolta chegasse, o qual ele passou a chamar de Helter Skelter, numa interpretação muito própria e despirocada da música do grupo inglês, os brancos precisariam de um líder para guiá-los para a terra prometida no meio do deserto.

Este líder era Jesus Cristo. E Charles Manson, é claro, era a encarnação dele em versão riponga.

Fato curioso é que Manson tinha pavor que seus seguidores questionassem as contradições e a completa falta de sentido de seus discursos. Então, visando que seus discípulos não tivessem tempo nem mesmo para pensar com clareza, além de entupir todo mundo com LSD, ele os mandava trabalhar o tempo todo, mesmo que em tarefas sem sentido, só para eles se sentirem exaustos a ponto de não conseguirem raciocinar.

Este método de domínio é antigo e Manson só o reproduziu nos anos 60. E se levarmos em conta que um determinado governo em exercício chegou a utilizar o slogan “Não pense em crise, trabalhe”, podemos perceber que esse negócio de tentar conquistar o poder fazendo com que as pessoas se tornem submissas através da ignorância se trata de método bem atemporal.

Tags: BeatlesCharles MansonCrônicaHelter SkelterLSDseitaThe BeatlesThe White Album

VEJA TAMBÉM

ruído
Eder Alex

Ruído

2 de junho de 2017
"Dois amigos", crônica de Eder Alex.
Eder Alex

Dois amigos

26 de maio de 2017
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

A escritora francesa Anne Pauly. Imagem:  Édition Verdier / Divulgação.

‘Antes Que Eu Esqueça’ traz uma abordagem leve e tocante sobre o luto

30 de junho de 2025
Jon Hamm volta à boa forma com Coop. Imagem: Apple TV+ / Divulgação.

‘Seus Amigos e Vizinhos’ trata o privilégio com cinismo e humor ácido

30 de junho de 2025
Longa de Babenco foi indicado em quatro categorias no Oscar, levando a de melhor ator. Imagem: HB Filmes / Divulgação.

‘O Beijo da Mulher Aranha’, de Hector Babenco, completa 40 anos como marco do cinema latino-americano

27 de junho de 2025
Assinada por George Moura e Sergio Goldenberg, produção é nova aposta da Globo. Imagem: Globoplay / Divulgação.

‘Guerreiros do Sol’ e a reinvenção do cangaço na dramaturgia brasileira contemporânea

26 de junho de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.