• Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
21 de maio de 2022
  • Login
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
Escotilha
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados

O pecado mora ao lado

Paulo Camargo por Paulo Camargo
28 de janeiro de 2020
em Paulo Camargo
A A

Imagem: Reprodução.

Compartilhe no TwitterEnvie pelo WhatsAppCompartilhe no Facebook

Entre garfadas e um momento e outro de distração contemplativa, a realidade atropela sem piedade. Ouve-se alguém, à mesa ao lado, a disparar uma metralhadora giratória verbal: “O jornalismo neste país morreu!”, “A imprensa é toda prostituída!”, “Só é pobre o vagabundo que não quer trabalhar”, “Feminista não faz sexo, só por isso é assim”, “Estamos vivendo uma ditadura gay”. São frases prontas, ditas ao longo de talvez meia hora, em certo tom de deboche convicto e que denotam pouca ou nenhuma reflexão. Apenas orgulho e preconceito. Ainda assim, bate o desespero, a vontade de levantar, pedir licença (ou não) e responder na lata, ainda que nada tenha sido dito diretamente a mim. Respiro fundo, conto até dez e desisto da ideia. Mas até quando?

É muito possível que pessoas como meu vizinho de mesa, que poderia muito bem ser de porta, sempre tenham pensado assim e, antes, apenas tivessem tido pudor de defender essas ideias em público, para todos ouvirem. É ingênuo acreditar que se trate apenas de uma onda conservadora que se ergueu do nada, da noite para o dia. Como há um discurso oficial, não apenas em defesa de muitos desses “valores”, mas os legitimando, a intolerância perdeu o pudor e foi trivializada na era da desinformação sistematizada, planejada.

Anúncio. Deslize para continuar lendo.

Entre garfadas e um momento e outro de distração contemplativa, a realidade atropela sem piedade. Ouve-se alguém, à mesa ao lado, a disparar uma metralhadora giratória verbal: “O jornalismo neste país morreu!’, “A imprensa é toda prostituída!”, “Só é pobre o vagabundo que não quer trabalhar”, “Feminista não faz sexo, só por isso é assim”, “Estamos vivendo uma ditadura gay”.

À mesma mesa, ouço uma voz feminina que, em tom mais baixo, quase maternal, acrescenta: “E que barbaridade a situação nas universidades públicas, nessas federais. Ninguém quer nada com nada, é só droga, sexo, estudo que é bom. E a gente pagando por isso. Uma vergonha!”.

Torço o pescoço e quase me levanto para olhar nos olhos a mulher, próxima dos 60 anos e de cabelos falsamente aloirados, duros de laquê, e com o semblante maquiado levemente alterado pela indignação. Fico assustado ao constatar que ela demonstra certa convicção nas palavras que profere, como se tivesse absoluta certeza do que está a dizer aos demais, que concordam com a cabeça, em um misto de revolta e júbilo. Estão a, talvez, dois ou três metros de mim, porém sinto que um abismo se abre entre mim e eles. O pior é que me sinto mais perto do precipício.

Tags: abismocrônicadiscurso oficialimprensaintolerânciaJornalismoprecipíciouinverisdades públicasverdades
Post Anterior

‘O Escândalo’ apresenta história de assédio sexual e conservadorismo

Próximo Post

‘Ela disse’ evidencia o poder do jornalismo para mudar o mundo

Posts Relacionados

"A falta que Fernanda Young faz", crônica de Paulo Camargo

A falta que Fernanda Young faz

8 de fevereiro de 2022
"Hygge", crônica de Paulo Camargo

Hygge

28 de janeiro de 2022

2022, o ano em que faremos contato com o Brasil

14 de dezembro de 2021

Em ‘Tik, Tik… Boom’, pulsa a dor de uma geração

7 de dezembro de 2021

Afeto

30 de novembro de 2021

‘Um Lugar ao Sol’ é um novelão da porra!

23 de novembro de 2021
  • O primeiro episódio de WandaVision nos leva a uma sitcom da década de 1950.

    4 coisas que você precisa saber para entender ‘WandaVision’

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • 25 anos de ‘Xica da Silva’, uma novela inacreditável

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘Tudo é rio’, de Carla Madeira, é uma obra sobre o imperdoável

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘O Nome da Morte’ usa violência crua em história real de matador de aluguel

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • Em ‘Davi e Golias’, Malcolm Gladwell desafia o leitor com seu “jornalismo de autoajuda”

    19 shares
    Share 19 Tweet 0
Instagram Twitter Facebook YouTube
Escotilha

  • Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Colunas
    • Cultura Crítica
    • Vale um Like
  • Crônicas
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção

© 2015-2021 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Cinema & TV
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Colunas
  • Artes Visuais
  • Crônicas
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2021 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In