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Home Crônicas Yuri Al'Hanati

O gato que odeia segundas-feiras sem saber o porquê

Yuri Al'Hanati por Yuri Al'Hanati
7 de agosto de 2017
em Yuri Al'Hanati
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O gato que odeia segundas-feiras sem saber o porquê

Garfield. Foto: Reprodução.

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Segunda-feira é o dia em que estas crônicas minhas são publicadas. É também o dia que o Garfield odeia, mas não porque ele seja mais do que um gato incapaz de distinguir dias da semana. É só porque seu criador achou que seria popular colocar certas unanimidades sociais na boca de um gatinho fofo. Muito embora isso tenha sido uma decisão anterior à era dos likes, a profusão de merchandising do Garfield possibilita dizer sem maiores margens de erro que a ideia funcionou.

O gênio que criou o Garfield descobriu que a totalidade da população gosta de comer e dormir e não gosta de segundas-feiras, e explorou isso comercialmente ao criar um gato que expressasse essa personalidade coletiva. Veja que ele deixou de fora qualquer outro gosto que fosse apenas um pouco menos universal. Sexo, por exemplo. Vinhos. Viagens. Luxo. Não há espaço para essas coisas no Garfield. Mas vamos focar na menos óbvia das predileções: o ódio à segunda-feira.

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Segunda-feira é o dia em que estas crônicas minhas são publicadas. É também o dia que o Garfield odeia, mas não porque ele seja mais do que um gato incapaz de distinguir dias da semana. É só porque seu criador achou que seria popular colocar certas unanimidades sociais na boca de um gatinho fofo.

Segunda-feira é o dia de começar a trabalhar ou estudar depois do descanso do fim de semana, óbvio. Mas a quebra no sonho dourado do proletário faz também a deificação do fim de semana, avizinhando céu e inferno como é natural. Bem, a segunda-feira pode então ser o início de uma rotina estressante, um dia em que se dorme mal e cujas horas que o compõe parecem arrastar-se. A rotina, no entanto, e por mais que se diga o contrário, é benéfica para a maioria das pessoas que não suportaria a ausência de estabilidade financeira e o planejamento de férias remuneradas. Pergunte a qualquer “frilancer” se é bom acordar tarde e trabalhar quando dá na telha e ele lhe responderá que sim, é claro, mas que não saber se o dia de amanhã o obrigará a vender algumas coisas a fim de conseguir pagar o aluguel é uma segunda-feira da alma, um albatroz em volta do pescoço que lhe tira o sossego a cada memento mori que lhe acomete entre um cigarro na área de serviço e uma olhada no extrato do banco. Há quem se encaixe no perfil 1 e há quem se encaixe no perfil 2, mas o fato é que o inferno não foi cancelado.

Quem sabe viver viajando e aproveitando a vida então, sem preocupações financeiras? Se depois de dois meses indo à praia todo dia você não estiver tendo uma severa crise existencial pela ausência de qualquer objetivo na sua vida, por menor e mais ilusório que ele seja, é sinal de que talvez você sirva para ser milionário, e nesse caso é uma pena que você não seja. Para todo o resto, arregaçar as mangas vez ou outra cria uma atmosfera segura para que se viva a vida sem o risco de conviver com os próprios pensamentos nefastos. Mesmo o milionário vocacional poderá se deparar com algo do tipo, não sei. Nunca fui milionário.

Acima de tudo, precisamos de algo que nos mantenha longe de sermos os espíritos livres que desejamos. Precisamos da nossa segunda-feira tanto quanto precisamos reclamar da segunda-feira. Como o Garfield, reclamamos sem muito discernimento da realidade, por puro e simples gosto. Que bom que é assim.

Tags: crônicaestabilidadegarfieldproletáriorotinasegunda-feiraVida Simples
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