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Home Crônicas Yuri Al'Hanati

O mesmo céu, a mesma chuva

Yuri Al'Hanati por Yuri Al'Hanati
7 de dezembro de 2020
em Yuri Al'Hanati
A A
"O mesmo céu, a mesma chuva", crônica de Yuri Al'Hanati.

Imagem: Reprodução.

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Os últimos dois dias foram um amontoado de horas com o mesmo céu, a mesma chuva. A mesma luminosidade das sete da manhã às seis da tarde, as mesmas poças d’água sobre os sulcos da rua, os mesmos espaços vazios entre os sóis. Não houve quem, podendo assim escolher, caminhasse lá fora. Os serviços de delivery trabalharam sem descanso, e todos os que puderam engordar em casa o fizeram sem culpa. Um frio manso se espraiou por entre o ar homogêneo e facilitou a escolha por todos nós. Cama, tevê, vinho.

Os últimos dois dias foram um amontoado de horas com o mesmo céu, a mesma chuva. A mesma luminosidade das sete da manhã às seis da tarde, as mesmas poças d’água sobre os sulcos da rua, os mesmos espaços vazios entre os sóis.

Mesmo assim, a pilha de louça acumulou. Os livros fechados, o violão guardado, os programas na televisão pela metade, assistidos no canto de olho com a atenção difusa que busca o nada que já se conhece no celular, mas mesmo assim. A preguiça, irmã da lua dos últimos dias, fez sua ninhada em meio aos edredons embolados em cima da cama. Não pensar em nada, não produzir um miligrama de ideias. Zero poesia, música nula, um silêncio ensurdecedor onde antes havia o bater de panelas no fogão, os caldos que ferviam sobre as bocas, os talheres que caíam por descuido. Mesmo a lixeira quase não foi aberta. As plantas não foram regadas, as janelas não foram abertas, o sol nunca entrou.

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Houve o vinho, cujas garrafas vazias chocam-se na sacola de papel em que são depositadas quando já não seguram mais nada em suas concavidades. Sorvido devagar, já que as horas passam rápido. Novos vinhos para a mesma sede que não aplaca. Dançar lento pela alma, o álcool também tem seus dias de vagarosidade. Se manifesta fátuo porque sabe que não pode acompanhar o ritmo do turbilhão interno, então vai devagar, com cautela, imundando ossos e músculos atrofiados.

Se eu pudesse, dizia Murilo Mendes, punha andar a roda da imaginação nos caminhos do mundo. Estar em outro lugar, outra época. Escapar de si, o grande sonho que a humanidade ainda não realizou. Por isso tanto vinho, por isso tantas horas. As mesmas pedras no meio dos mesmos caminhos. Sempre o mesmo céu, sempre a mesma chuva.

Tags: chuvacrônicaDrummondfim de semanaMurilo Mendesnada
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