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Home Crônicas Yuri Al'Hanati

A sinédoque da soneca

Yuri Al'Hanati por Yuri Al'Hanati
19 de novembro de 2018
em Yuri Al'Hanati
A A
“A sinédoque da soneca”, crônica de Yuri Al'Hanati.

Imagem: Reprodução.

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O cochilo exausto da tarde nos aproxima afetivamente da morte. Enquanto dormir à noite nos posiciona alegoricamente diante do conceito de morte como fim de um ciclo, é no cansaço fora de hora que entendemos mais a morte como interrupção. Dormimos à tarde porque nos sentimos inaptos para o resto do dia. Esvaem-se as forças, nublam os raciocínios e tudo aquilo que reconhecemos como vida parece dar lugar a uma outra coisa, um vácuo vital que nos define em nossa própria exaurição.

Minhas funções corporais, durante um cochilo, são menos controláveis do que em um sono noturno programado. Ronco, babo, chuto e sugiro, em todo esse processo, estar mais cheio de vida quando puxo uma pestana. Mas não é nenhuma novidade que, para o observador que dependa de seus sentidos para realizar julgamentos, o agonizar e o viver se confundem. O tolo que se reduz à dicotomia se mexe, logo vive/não se mexe, logo não vive não entende que a mumificação do sono noturno é tão parte da vida quanto seu consequente despertar. A soneca nervosa, por outro lado, é acompanhada por um estrebuchar que se assemelha em muito às fagulhas de vida que escapam do corpo no derradeiro momento. A falência do corpo enquanto instrumento, o triunfo da massa complexa de tendões, ossos e músculos como mistério que encerra em si mesmo, irreversivelmente em direção ao aniquilamento. De repente, não é mais possível continuar.

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Minhas funções corporais, durante um cochilo, são menos controláveis do que em um sono noturno programado. Ronco, babo, chuto e sugiro, em todo esse processo, estar mais cheio de vida quando puxo uma pestana.

O despertar, depois de ter sido forçado a um estado de letargia restauradora, por sua vez, esse sim pode ser chamado de vida? Tampouco. Não acordo de um cochilo mais disposto do que quando me dispus a cochilar. Continuo grogue, moribundo, eximido de energia, lutando para manter os olhos abertos e me colocar sentado. É no despertar de uma siesta que a morte ganha seu prolongamento indefinido, sua distinção máxima na ordem das coisas. Continuamos mortos, para sempre mortos. Apenas após o despertar alguma noção de vida nos acomete. Imiscuídos com algo melhor definido por Espinosa ou Bergson, retomamos a normalidade. Olhos abrem, a saliva dentro da boca, as dores das articulações nos deixam, e constatamos: foi só um sono mal dormido. Passamos mais um dia sem nos deparar com o sono mais mal dormido de todos. Livramos a cara por enquanto.

Tags: bergsoncansaçocochilocorpo humanocrônicaespinosamortesinédoquesonecasonosono norturno
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