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Home Literatura

‘Cravos’: um mar de angústia

Autora carioca Julia Wähmann cria narrativa pungente usando a dança como matriz para ilusões amorosas. Leia a crítica de 'Cravos'.

porJonatan Silva
9 de dezembro de 2016
em Literatura
A A
julia wahmann

Julia Wähmann. Foto: Reprodução.

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Há uma voz que gira, dançando no ar. Não há melhor definição para Cravos (Record, 144 páginas), primeiro romance da escritora carioca Julia Wähmann. A dança e os movimentos – do corpo e da vida – são os personagens principais desse pungente relato – o relato de uma busca frenética pela identidade.

A narradora é uma mulher aficionada pela dança e que procura em outras pessoas – não se sabe se homens ou mulheres, mas isso não faz diferença – a sua própria essência. Wähmann tece um interessante comentário sobre a desilusão amorosa e a maneira como ela pode nos levar à nulidade – como se estivéssemos diluídos em um grande oceano de gente. Há uma catarse em cada capítulo, como se fosse preciso levar o leitor ao extremo e manipular tempo e espaço.

Cravos é, guardadas as devidas proporções, como Linha M., de Patti Smith, uma espécie de longo desabafo à solidão e, ao mesmo tempo, uma escrita sobre o vazio. É muito difícil escrever sobre o nada, disse a cantora em certo trecho do livro. Também não é fácil ler sobre nada. Wähmann cria pequenas narrativas incompletas e que se juntam, como numa foz, para formar algo maior e, ainda assim, ausente de completude.

Julia Wähmann deixa a cargo do leitor encontrar uma chave para fechar o livro, como um diário aberto e em constante construção.

“Hesito entre pedir outro café ou a conta, a garçonete hesita entre ser solidária ou ficar constrangida, até que finalmente. Mas você ainda para e cumprimenta alguém e se demora, e quando eu me levanto sem saber como, você tira do bolso uma flor, sorri ao perceber que ela está em frangalhos, gargalha me abraçando, me aperta, me cheira, me beija o pescoço, me conta de todas as suas vidas, trajetos e alegorias, devora um sanduíche, engole águas e cervejas, gesticula grande, me convida para um cinema, para uma performance, para um grupo de leitura de filosofia (…)”, diz certo trecho que mais parece um fluxo de consciência – ainda que um pouco forçado.

Espírito aberto

Para ler Cravos é preciso estar de espírito aberto e não esperar respostas, não estar afeito aos clichês da narrativa linear: e estar pronto para mergulhar em mar de angústia. Há um quê de juvenil, mas essa é a verdade de cada um. O livro se desenvolve como um grande hiato e entre pontos de exclamação e interrogação.

Julia Wähmann deixa a cargo do leitor encontrar uma chave para fechar o livro, como um diário aberto e em constante construção. Para se chegar ao final é preciso passar incólume às dores e aos pesares de uma mulher danificada pela sua própria existência.

CRAVOS | Julia Wähmann

Editora: Record;
Tamanho: 144 págs.;
Lançamento: Julho, 2016.

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Tags: Companhia das LetrasCríticaCrítica LiteráriaficçãoJulia WähmannLinha M.LiteraturaLiteratura BrasileiraLiteratura ContemporâneaPatti SmithRecordRomance

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