Talvez não faça tanto sentido hoje quanto já fez no passado falarmos em surf music. Isso, no entanto, não impediu o trio, formado no ano de 2009 no Rio de Janeiro, de investir na vibe animada e levemente psicodélica do gênero. A diferença, no entanto, é que o Beach Combers dispensa vocais e aposta somente na música instrumental, que, é preciso mencionar, só fica melhor a cada aparição da banda.
O trio formado por Bernar Gomma, Lucas Leão e Paulo Madeira mistura a distorção da surf music ao rock de garagem sem medo de se aventurar e, principalmente, sem jamais soar como se estivesse fazendo uma mera releitura ou mesmo preso ao passado. Meio lá, meio cá, o Beach Combers encontrou uma identidade própria se aventurando numa seara diferente. Vale dizer, também, que a banda vem fazendo bastante sucesso no exterior e já tocou em grandes festivais, tanto nos EUA quanto na Europa.
O trio formado por Bernar Gomma, Lucas Leão e Paulo Madeira mistura a distorção da surf music ao rock de garagem sem medo de se aventurar e, principalmente, sem jamais soar como se estivesse fazendo uma mera releitura ou mesmo preso ao passado.
Depois de um álbum de estreia bem-sucedido, Ninguém segura os Beach Combers, lançado de maneira independente e seguido por uma série de shows progressivamente mais cheios, a banda apresentou Beach Attack na última semana de janeiro. Organizado de maneira semelhante ao seu antecessor, Beach Attack traz a mesma pegada conhecida, com 13 músicas dessa vez.
A tônica do conjunto já é definida logo de cara pela faixa de abertura, “Go go Beach Combers”, que poderia estar na trilha sonora de qualquer filme de Quentin Tarantino. Dali em diante, a banda surfa tranquila na própria onda, passando de uma faixa à outra de maneira suave, sem perder o fôlego e conseguindo incorporar elementos interessantes e riffs divertidos.
A segunda faixa, “Tá tudo bem”, traz um pouco mais de peso ao conjunto, ao mesmo tempo em que é possível ver como o trio está explorando suas potencialidades musicais. Apostando também no formato enxuto, nenhuma das faixas excede muito os três minutos de duração, garantindo uma forma redonda e coesa para o tipo de som que a banda faz.
Uma menção especial para “Gambiarra”, faixa que soa quase como um lembrete que o trio se formou no Rio de Janeiro, devido à sonoridade ligeiramente bossa nova que a banda consegue atingir, e “Rockstar da Lapa”, que traz uma vibração mais crua e uma pegada pesada em comparação ao restante das faixas.
No geral, Beach Attack é um álbum interessante e coeso, que mostra uma face pouco explorada pela música independente brasileira e vale a audição.