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‘Mellon Collie and the Infinite Sadness’, o disco que definiu uma geração

Um dos discos mais importantes do rock dos anos 1990, 'Mellon Collie and The Infinite Sadness', do Smashing Pumpkins, celebra 27 anos.

porMaura Martins
26 de outubro de 2015
em Música
A A
20 anos de 'Mellon Collie and the Infinite Sadness', o disco que definiu uma geração

Arte da capa do disco do Smashing Pumpkins. Imagem: Reprodução.

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O ano era 1995. Na música, uma certa desesperança pairava no ar. Havia um certo clima de adormecimento e de niilismo carregado pelo grunge e seus descendentes. Além disso, havia uma sensação de luto pela morte de Kurt Cobain, morto em 1994. Apesar dos pesares, 1995 revela-se um ano memorável para os fãs da boa música: foi o ano em que Foo Fighters veio ao mundo, Garbage estourou com seu disco homônimo, Radiohead gravou The Bends, Alanis Morissette lançou Jagged Little Pill e Oasis ganhou o mundo com (What’s the story) Morning Glory?

Mas certamente em 1995 nenhum repercutiu mais que um disco, um tanto pretensioso, de uma banda que tinha um ar meio “bastardo” frente à turma de Seattle. Mellon Collie and the Infinite Sadness veio ao mundo com o terceiro – e grandioso – álbum duplo dos Smashing Pumpkins, banda capitaneada por Billy Corgan. Monumental, pode-se dizer, desde as suas configurações de gênero: é difícil chegar a uma conclusão sobre qual o estilo de Mellon Collie, visto a profusão de estilos, ritmos e ânimos de cada uma de suas 28 músicas. Billy Corgan assumidamente pretendia fazer uma obra que definisse uma geração, tal qual Pink Floyd e seu The Wall.

Ao longo dos dois discos, Dawn to Dusk (a manhã) e Twilight to Starlight (o anoitecer), passeamos por diversas canções que nos levam à vasta gama das emoções humanas. Muitas vezes, trata-se de um longo e sofrido passeio – como uma grande metáfora da vida. Somos convidados a adentrar o universo de Billy Corgan (para muitos críticos, Mellon Collie é a prova definitiva que Corgan, visto como extremamente centralizador, era capaz de abrir mão do controle e trabalhar, de fato, com membros de uma banda que também criasse, além de serem excelentes instrumentistas).

Mellon Collie é marcado por uma estranha polaridade entre músicas alegres e tristes, raivosas e acolhedoras, com vocação pop e extremamente perturbadoras. Aparentemente, não há algo que una em uma sequência lógica as 28 canções, que levam seu ouvinte aos mais altos graus do otimismo para devastá-lo, logo em seguida, por um petardo de guitarras distorcidas. A única exceção – que traz uma sensação de unidade ao álbum – está na abertura e no fechamento de Mellon Collie, duas composições delicadas que gentilmente acordam e adormecem que as ouve.

Ao longo dos dois discos, passeamos por diversas canções que nos levam à vasta gama das emoções humanas. Muitas vezes, trata-se de um longo e sofrido passeio – como uma grande metáfora da vida.

A abertura, como um crepúsculo, se dá por uma belíssima canção instrumental ao piano (a música homônima, “Mellon Collie and the Infinite Sadness”). Em seguida, “Tonight Tonight”, que talvez seja o maior hit do disco, tem um certo tom edificante e mesmo inspirador (“believe that life can change, that you’re not stuck in vain”, diz a letra, sob medida aos tantos adolescentes e jovens adultos que se identificaram com a banda desde seu princípio).

A paz trazida por uma canção quase etérea e por uma melodia poética é prontamente quebrada pela brutalidade de “Jelly Belly”, um dos vários petardos heavy metal que fazem de Mellon Collie uma obra provocativa, pensada para todos e para ninguém ao mesmo tempo.

Nada aqui é colocado em vão: a vastidão de sentimentos ativados vai desde a tristeza do abandono (“To Forgive”), a revolta adolescente (“Fuck You – An Ode to No One”), a melancolia da perda da infância (“Galapogos”), a pulsão autodestrutiva (na violenta “X.Y.U.”), a sensação de perder-se na paixão (“Beautiful”), a declaração contemplativa ao ser amado (“By Starlight”), o desespero do desencanto amoroso (“Bodies”, com o verso lendário aos fãs: “love is suicide”).

O público fiel dos Smashing Pumpkins – que eu talvez definiria como um eterno desencaixado, um weirdo, em busca de seu lugar no mundo – está contemplado em canções como “Here is no why” e a poderosa “Muzzle”, que traduz como poucas o sentimento adolescente de talvez não ser bom o suficiente para viver neste mundo de exigências (“I fear that I’m ordinary, just like everyone”, canta visceralmente Billy Corgan).

Pensada de forma audiovisual, Mellon Collie ainda geraria vários vídeos paradigmáticos na era da MTV. Muitos dos vídeos feitos a partir das músicas tornaram-se clássicos, visto o primor estético e o trabalho com profissionais renomados do videoclipe, como “Tonight Tonight”, que homenageava o surgimento do cinema a partir das referências a Voyage dans la lune, de George Méliès, “Bullet with Butterfly Wings”, que exibe a fascinação de Billy Corgan com o trabalho do brasileiro Sebastião Salgado (em especial, com o ensaio feito na Serra Pelada), e o vintage “1979”, carregado de nostalgia ao resgatar a estética dos filmes adolescentes dos anos 70 e 80.

Eu tinha exatos 15 anos na época do lançamento de Mellon Collie and The Infinite Sadness. Como tantos outros fãs ao redor do mundo, fui uma das “resgatadas” e representadas por este disco que, de modo surpreendente, traduzia o que tantos desconectados sentiam em suas vidas adolescentes.

Este jovens cresceram, embalados por tantos anos por estas 28 canções, mas o disco permanece sem idade. Com sua característica atemporal – que se encaixava tão perfeitamente nos anos 90 quanto no mundo que prenuncia – Mellon Collie resta como a grande obra dos Smashing Pumpkins, o disco que mostrou que pretensão e perfeccionismo, na criação artística, não são exatamente problemas.

Um disco impecável, calculadamente agressivo e deslumbrantemente delicado ao mesmo tempo, e – o mais importante de tudo – um disco para todos.

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Tags: Alanis MorissetteBilly CorganGarbagegrungeMellon Collie and The Infinite SadnessMúsicapós-grungeRadioheadSmashing Pumpkins

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