As mudanças que se deram ao logo da história do teatro deixaram bem claro como essa arte, até hoje, pode ser construída e desconstruída. Desde o inicio, a luta para manter o predomínio clássico se dava através do domínio do reino atual e só veio ser quebrada através da revolução, ou seja, uma indignação do povo com o império. Isso refletiu muito nas atividades teatrais, e a partir dessa revolução um novo público passou a ter acesso aos novos espetáculos com modificações, outros temas e uma dramaturgia que deram inicio ao romantismo.
O romantismo veio cheio de ânsia à liberdade e igualdade, buscando uma aproximação da vida real com personagens oriundos da burguesia e do povo, tendo como referência modelos de teatros de outros países para adaptar em uma nova dramaturgia que continham ensinamentos de bons princípios para aplicar em suas peças uma dramaturgia de boa cidadania.
O romantismo deu inicio a grandes mudanças no fazer teatral, sua presença mostrava outras possibilidades. Uma de suas características foi a preocupação com o ambiente, onde a cenografia ficou mais realista. Nesse novo cenário, a iluminação a gás deu um grande aspecto para as apresentações dos espetáculos e o uso de objetos na cenografia poderia ser manuseado pelos atores, o que foi importante para o aparecimento do realismo. Com a mudança do novo teatro, a encenação dos personagens passou a ser mais viva no palco e as peças bem-feitas em forma de prosa, o que deixou a predominância do romantismo de lado.
O realismo, que nasceu do romantismo, tem como característica representar no palco a forma real da vida.
Os textos do romantismo que retratavam a vida com mais objetividade e menos idealização influenciaram na transformação para o realismo, denunciando a moralidade da burguesia que se corrompia pelo dinheiro. O realismo teve sua influência na literatura, e do texto para o palco; a encenação no realismo dava mais sentido à vida real.
Esses dois termos causam uma grande confusão por abordarem o real como única forma de representar o real no teatro. O realismo, que nasceu do romantismo, tem como característica representar no palco a forma real da vida. Na atuação, os atores tomam por conhecimento a não existência do público, separados pela quarta parede, e seus textos buscam rapidez para fazer a ação caminhar através de cortes. O realismo se assemelha a vida real por fatos, não se tornando verdadeiramente real por não passar de uma encenação.
Enquanto o realismo passava a encenar a realidade apenas no cenário visual do palco, no naturalismo isso é mais aprofundado. O cenário passar a ser um meio onde os personagens nascem, vivem e morrem. Seu texto carrega uma dominante influencia da hereditariedade e do meio ambiente (natural e social) para a representação brutal do real, entrando no psicologismo dos personagens para uma verdadeira atuação, tirando do verdadeiro sua natureza. No realismo, o real está em primeiro plano, enquanto que, no naturalismo, o real tende a passar esse plano dando um sentindo de verdadeira alma para a encenação.