É muito bacana acompanhar a repercussão do filme de animação Luca, disponível desde junho na plataforma de streaming Disney+, nas redes sociais. Já tive a chance de ler inúmeros relatos de pais que conseguiram, por meio dessa superprodução, estabelecer diálogos necessários em casa, por exemplo, sobre bullying.
O efeito Luca gera uma corrente positiva e fundamental em tempos de tanta intolerância. A produção da Disney/Pixar, dirigida por Enrico Casarosa, que buscou inspiração nas suas memórias da infância na Itália, é um título infantil delicado e emocionante, pois trata de questões como o preconceito e a inclusão de uma forma tocante.
A trama gira em torno de dois amigos – o inseguro Luca Paguro e o divertido (e espertão!) Alberto Scorfano, que juntos pretendem aproveitar o verão na vila de Portorosso. A dupla, no entanto, guarda um segredo e tanto: são criaturas marinhas que conseguem adquirir a forma humana para conviver fora da água.
Essa premissa inusitada guarda uma sacada da produção. É a forma perfeita para explorar temáticas fundamentais em nossa sociedade. A vila, por exemplo, pode ser encarada como o mundo externo – perverso e mau, repleto de perigos e de surpresas desagradáveis. Ao sair de casa (do mundo marinho, no caso), a dupla está exposta a uma realidade repleta de adversidades.
Em seu 35º aniversário, a Pixar brinda o público com mais um título marcante. Como muito do que somos está ligado às experiências da infância, ‘Luca’ toca em lembranças muito preciosas de espectadores de todas as idades.
Proteção
A própria relação protetora dos pais também entra em pauta. A animação permite uma avaliação sensível sobre proteção e controle, afinal, esse equilíbrio é essencial para garantir o desenvolvimento e o crescimento de nossos meninos e meninas.
Em seu 35º aniversário, a Pixar brinda o público com mais um título marcante. Como muito do que somos está ligado às experiências da infância, Luca toca em lembranças muito preciosas de espectadores de todas as idades.
O que dizer, por exemplo, do mantra “silêncio, Bruno”, entoado com força pelo protagonista toda vez que ele precisa calar seus medos e dúvidas para seguir em frente? É sensacional e encantador perceber o impacto disso em quem assiste. É muito inspirador, sem dúvida alguma, e desafiador, pois muita gente ainda lida com esses “traumas e fantasmas” desde muito cedo.
Mais que recomendado, Luca é roteiro obrigatório para um bom programa em família. É um passo importante para trazer questões como a diversidade e as diferenças para conversas necessárias em casa, afinal, a narrativa gira muito em torno de descobertas e aceitação. Por isso, sem diretamente assumir o posicionamento, o longa coloca na berlinda situações que dialogam de forma positiva com o universo LGBTQIA+. Fica a dica! Prepare-se para muitas emoções…