Inaugurada no dia 27 de maio, a exposição Entre Bordas: Como eu existo ocupa o Sesc Santo André proporcionando um espaço dedicado à arte contemporânea da região do Grande ABC. Com curadoria de Douglas Negrisolli, a terceira e última edição do projeto expositivo busca explorar a identidade artística dos artistas e curadores que possuem vínculos fortes com a região, seja por sua origem ou por seu trabalho.
Ao longo de cinco anos, três mostras compuseram o projeto Entre Bordas: Uma imagem precisa de dois (2018), Sons que escapam (2020) e, finalmente, Como eu existo. Nesta edição, que encerra o projeto, três artistas são destacados por suas reflexões sobre os corpos e as diversas formas de existir.
Reflexões
Escolhidos para esta edição, os três artistas tem como ponto central a exploração da intersecção entre corpo, identidade e sociedade. Guilherme Callegari, por meio de suas pinturas, apresenta um vasto conhecimento de design e uma paleta de cores que remetem ao universo pop e ao consumo, além de fazer referência ao próprio corpo.
Já Letícia Gonçalves retrata, em obras abstratas, corpos feridos e subjugados, estabelecendo uma conexão com os espectadores, ainda aprisionados em padrões estéticos impostos pela sociedade.
Por sua vez, Sheyla Ayo aborda a importância da pele negra na historiografia brasileira, utilizando performances e fotografias para discutir o papel da mulher negra na construção social da cultura brasileira.
Identidade artística do ABC Paulista e a tríade do projeto ‘Entre Bordas’
Escolhidos para esta edição, os três artistas tem como ponto central a exploração da intersecção entre corpo, identidade e sociedade.
Ao longo dos anos, a produção artística na região do ABC Paulista tem mantido vínculos determinantes com a industrialização e a modernização das cidades, resultando em manifestações identitárias e originais em diversas áreas.
A identidade artística da região, construída e influenciada pelas transformações sociais, tem sido tema de obras literárias e trabalhos acadêmicos que aprofundam os contextos socioculturais do passado, estabelecendo conexões com o presente.
O projeto Entre Bordas foi composto por três exposições ao longo de sua trajetória. Com seu encerramento, é possível ter uma visão panorâmica e evolutiva das mostras realizadas antes e depois da pandemia. “A ideia de chamar a exposição de ‘Como eu existo’ é falar com as pessoas de um modo que elas possam refletir sobre a própria existência”, explica Negrisolli.
A visão do curador
Douglas Negrisolli é um criador e programador do artyou.global e ngroup.works. Formado em História e mestre e doutor em Educação, Artes e História da Cultura, atua como curador independente de artes visuais, com enfoque na produção moderna e contemporânea. Entre suas realizações, destacam-se produções como Memórias e ações dos Salões de Arte Contemporânea de Santo André, premiada pelo PROAC em 2015, e em Diálogo, mostra premiada pela Funarte em 2019.
Curador da exposição, Negrisolli ressalta que após a pandemia, essa reflexão sobre a própria existência se tornou ainda mais aguda, levando as pessoas a olharem para dentro de si e para os outros de forma diferente. Douglas destaca que a exposição encerra a tríade do projeto Entre Bordas e proporciona três panoramas completamente diferentes, revelando as transformações ocorridas antes e depois desse período desafiador.
SERVIÇO | Entre Bordas: Como eu existo
Onde: Sesc Santo André (R. Tamarutaca, 302 – Vila Guiomar | Santo André/SP)
Quando: até novembro, terças a sextas, das 10h às 22h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h;
Quanto: Entrada gratuita.
Mais informações podem ser obtidas no site oficial do Sesc Santo André.
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