Não, o texto desta semana não é uma resenha. Mas a mudança do formato tradicional que é apresentado aqui para um texto informativo tem uma boa justificativa. É avisar que, nestes tempos de quarentena, a plataforma Looke está disponibilizando nada mais nada menos que 50 títulos que integraram as programações das últimas edições do Festival Varilux de Cinema Francês. E a gratuidade ainda vai longe: até o dia 27 de agosto.
São comédias, dramas, filmes históricos, animações, enfim, uma variedade considerável de produções do cinema francês contemporâneo. É bem fácil encontrar gratuitamente disponível na plataforma filmes que, até pouco tempo, o leitor pagaria um preço alto para ver no cinema.
É o caso, por exemplo, de Meu Rei (2016), filme sobre relacionamento abusivo com Vincent Cassel no papel de Georgio, um homem que, num primeiro momento, encaixa-se perfeitamente no clichê de “príncipe encantado”. Aos poucos, no entanto, ele se revela “o rei dos imbecis” na vida de Tony (Emmanuelle Bercot). É um filme intenso sobre relações amorosas/sentimentais/sexuais que beiram o patológico da dependência mútua: ele do amor submisso dela; ela da promessa de que seu homem inicialmente descolado, atencioso e carinhoso volte a ser o que era.
A oferta da Looke tem diversos filmes que, inclusive, já foram resenhados aqui neste espaço do portal Escotilha como, por exemplo, Agnus Dei (2016), Rock’n Roll: Por Trás da Fama (2017), Normandia Nua (2019) e Luta de Classes (2019).
Marvin (2018), por sua vez, é uma sóbria narração, com idas e vindas no tempo, da trajetória de Marvin Bijoux (Finnegan Oldfield), um menino que se descobre homossexual ainda na infância e sonha em ser ator de teatro. Para isso, precisa sair da cidadezinha do interior onde mora, enquanto enfrenta a homofobia. A produção conta com a participação especial de Isabelle Huppert interpretando ela mesma.
O Reencontro (2017) é um filme simultaneamente suave e intenso que mostra a dinâmica de vidas que se entrelaçam. No caso, as vidas da parteira Claire (Catherine Frot, excelente) e Béatrice (Catherine Deneuve, também excelente), ex-mulher do pai de Claire. O Reencontro é mais um dos tantos exemplos de como o cinema francês é capaz de conjugar, com equilíbrio, leveza e competência, o simples e o profundo. A história segue de forma tão natural que nem parece existir um roteiro cuidadosamente arquitetado. Eis o paradoxo: justamente por existir um roteiro cuidadosamente arquitetado é que ele se esconde, torna-se invisível para o espectador e o engana a ponto de fazê-lo ter a impressão de estar seguindo a trajetória de duas mulheres que ele já conhece há muito tempo. E com quem simpatiza. Tudo o que é mostrado é tranquilamente possível de acontecer longe da ficção. Não há grandes coincidências ou reviravoltas, mas isso nem de longe significa falta de intensidade daquilo que se vê.
A oferta da Looke tem diversos filmes que, inclusive, já foram resenhados aqui neste espaço do portal Escotilha como, por exemplo, Agnus Dei (2016), Rock’n Roll: Por Trás da Fama (2017), Normandia Nua (2019) e Luta de Classes (2019).
A oferta inclui, também, O Professor Substituto (2019), com Laurent Lafitte interpretando o protagonista, e A Última Loucura de Claire Darling (2019), com Catherine Deneuve no papel do título. Enfim, a variedade é grande. Tem, inclusive, curtas-metragens das dez últimas edições do My French Film Festival. Aqui foi apenas uma pequena pincelada para alertar para essa iniciativa e despertar a atenção. Para quem gosta das produções dos inventores do cinema, é uma dica e tanto.
Mais informações podem ser obtidas no site do festival.
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