O longa metragem Carnívora, novo trabalho do diretor paranaense Arthur Tuoto (do curta Je Proclame la Destruction, exibido no último Olhar de Cinema) parte do conto “The Carnivora”, da inglesa Katherine MacLean para narrar a história de uma invasão alienígena que dizimou parte da raça humana. Carnívora foi inteiramente construído utilizando imagens de arquivo sob domínio público.
A partir do longa-metragem, é possível fazer uma ligação com a interpretação de Guerra dos Mundos, clássico da ficção científica de Herbert George Wells, feita por Orson Welles em 1938 na rede de rádio CBS.
A não ligação direta entre imagem e áudio reforça essa possibilidade, exigindo do público a utilização de sua própria inventividade na criação de uma narrativa imagética que traduza o conto de MacLean. Desta forma, o diretor cria uma obra que pode se ramificar em várias outras, dependendo da bagagem de quem significar os códigos de Carnívora.
O Conto de MacLean, escrito há mais de 60 anos, ganha novamente força com a produção de Carnívora, principalmente por sua riqueza de detalhes ser amplificada na tela do cinema.
O conto de MacLean, escrito há mais de 60 anos, ganha novamente força com a produção de Carnívora, principalmente por sua riqueza de detalhes ser amplificada na tela do cinema.
Por sinal, as obras da escritora foram responsáveis por dar novo peso à ficção científica nos anos 50, já que partiam de análises sobre de que forma a evolução humana, através dos avanços tecnológicos, tiveram impacto nos indivíduos e na sociedade.
O que talvez causa certa estranheza no longa são algumas imagens de arquivo muito escuras, dificultando o pleno acompanhamento da obra.
Entretanto, isto não retira o brilho de Carnívora, um trabalho experimental de Tuoto, já acostumado a fazer projetos que caminhem entre o cinema e as artes visuais.
Carnívora tem mais uma exibição no Olhar de Cinema. Hoje, dia 13, às 16h, no Espaço Itaú.
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