Ninguém falou nada mas, não sei como, as crianças já sabem: estamos perto do Natal. Já confabulam sobre o que vão pedir para o Papai Noel, descrevem mil brinquedos imaginários que eu não faço ideia como irei minimamente materializar o sonho das pequenas.
Às voltas com esse assunto dessas criaturas fantásticas que dão presentes para as crianças – há pouco mais de três semanas, caiu o primeiro dente de leite da mais velha e a “fada do dente” deixou um mimo, R$ 1 e duas estrelinhas de E.V.A. – me lembrei sobre o que eu pensava sobre o assunto antes de ter filhos.
Achava um completo absurdo contar mentiras para as crianças ou suborná-las com presentes por bom comportamento. Mas aí fui mãe (é aquela história, eu era uma ótima mãe até ter filhos) e as lentes com as quais eu via o mundo mudaram. Cheguei a duas conclusões: 1. nenhuma criança muda o comportamento pela promessa de um brinquedo e, se muda, é preocupante. 2. Ver o brilho no olharzinho das crianças com a fantasia é tão reconfortante, é um bálsamo para a dureza da vida real.
Ver a Origem dos Guardiões renovou as crenças das meninas e acalmou o coração materno.
Então, por aqui, assumimos a existência de todos os entes mágicos. Agora, na eminência do fim da primeira infância, até me preocupa como será o duro confronto com a realidade. Mas, por enquanto, para reforçar esse clima de magia e imaginação, revimos a animação A Origem dos Guardiões.
O filme de 2012 conta que todos os sonhos das crianças são protegidos pelos tais guardiões: coelho da páscoa, Papai Noel, fada do dente e o Sandman, responsável pelos sonhos. O grupo e um novo guardião – Jack Frost, que controla o inverno – precisam proteger as crianças do bicho-papão, que pretende transformar os sonhos das crianças em pesadelos e, assim, dominar o mundo.
A animação trata de um jeito muito doce sobre as lendas infantis, tão importantes para a socialização das crianças. É mais fácil entender o mundo quando ele é mágico. E mais ainda depois de elas terem assistido ao Grinch meio sem querer, num momento de distração dos pais. A mais velha se perguntava: “Mas porque o Papai Noel de verdade não foi ajudar para o Grinch não estragar o Natal?” e, aí, dá-lhe estratégias narrativas para explicar o inexplicável.
Ver a Origem dos Guardiões renovou as crenças das meninas e acalmou o coração materno. Deixemos as crianças sonharem e sejamos nós os guardiões desses sonhos infantis. Deixem e incentivem que suas crianças acreditem nos guardiões, afinal, não importa que elas pareçam bobinhas ou ingênuas. Elas realmente o são, porque são crianças. E passar por esse período de inocência faz parte do amadurecimento e é temporário. Serão crianças por pouco tempo, adultos pelo resto da vida.
Ambos os filmes – Grinch e Origem dos Guardiões – estão disponíveis na Netflix.