Em homenagem à talentosa atriz Beatriz Segall, que nos deixou no dia 5 de setembro, destaco na coluna “Vale um Like” desta semana o 25º aniversário de Sonho Meu, única novela da Rede Globo ambientada em Curitiba. A trama, que ocupava a faixa das 18 horas, tinha uma história bastante lúdica e que reunia também algumas jovens promessas da televisão.
Escrita por Marcílio Moraes, que buscou inspiração em dois folhetins do dramaturgo paranaense Teixeira Filho – A Pequena Órfã (TV Excelsior, de 1968) e Ídolo de Pano (TV Tupi, de 1974) –, a novela estreou no dia 27 de setembro de 1993 e permaneceu no ar até 14 de maio de 1994 – totalizando 205 capítulos.
A trama de ‘Sonho Meu’ tinha forte apelo familiar, sobretudo com o público infantojuvenil. A novela acompanhava a trajetória da pequena Maria Carolina, interpretada por Carolina Pavanelli, que era criada por uma tia de caráter duvidoso, Elisa, papel de Nívea Maria.
Além de Beatriz Segall, que dava vida à matriarca Paula Candeias de Sá, Sonho Meu reunia um elenco de estrelas. Os protagonistas, Leonardo Vieira, Patrícia França e Fábio Assunção, vinham de trabalhos bem-sucedidos exibidos na emissora.
Leonardo e Patrícia, por exemplo, conquistaram o Brasil no mesmo ano na primeira fase de Renascer, de Benedito Ruy Barbosa. Assunção se firmava no posto de galã após trabalhos como Vamp, de Antônio Calmon, e De Corpo e Alma, de Glória Perez.
O time de veteranos de Sonho Meu contava, além de Beatriz Segall, com nomes como Yoná Magalhães e Walmor Chagas. A direção-geral ficou sob responsabilidade de Reynaldo Boury, que atualmente lidera o núcleo de dramaturgia do SBT.
Lúdica
A trama de Sonho Meu tinha forte apelo familiar, sobretudo com o público infantojuvenil. A novela acompanhava a trajetória da pequena Maria Carolina, interpretada por Carolina Pavanelli, que era criada por uma tia de caráter duvidoso, Elisa, papel de Nívea Maria.
Maria Carolina é filha de Claudia (Patrícia França) e Geraldo (José de Abreu), mas uma série de conflitos entre o casal acaba por separá-la dos pais. Após passagens por orfanatos e até de um período conturbado nas ruas, a menina encontra refúgio no carismático Tio Zé, vivido por Elias Gleizer.
O personagem de Gleizer lembra o Gepeto, figura clássica de Pinóquio, do italiano Carlo Collodi. Tio Zé, que conquista a todos com sua bondade, produz bonequinhos articulados de madeira e se veste de Papai Noel no Natal. Ele que batiza a garota como Laleska, nome que se tornou bastante popular à época e que permanece presente na memória de quem acompanhou a novela.
Paralelamente às idas e vindas de Laleska, Claudia foge do marido violento e tenta reconstruir sua vida, mas sem perder de vista o desejo de estar novamente ao lado da filha. Funcionária da empresa de brinquedos dos Candeias de Sá, ela acaba se envolvendo com o sonhador Lucas (Leonardo Vieira). O irmão do rapaz, Jorge (Fábio Assunção), vai ser uma barreira para essa história de amor.
Jorge é dissimulado e bastante ambicioso. Futuro médico, o jovem tem uma obsessão por prejudicar Lucas e, para tanto, é capaz até de fazer mal à vó, Paula (Beatriz Segall). Ele quer controlar os negócios da família e seu passado é um mistério guardado a sete chaves pela matriarca.
Lucas e Claudia têm momentos muito românticos e com o maior clima de contos de fada. Uma das sequências, por exemplo, leva o casal para um piquenique romântico e inusitado no Jardim Botânico da capital paranaense.
Apesar de alcançar bons índices de audiência, a trama nunca foi reprisada pela Rede Globo. Há até fãs que já fizeram campanhas pedindo sua exibição no Canal Viva.
Outra curiosidade sobre Sonho Meu diz respeito ao seu tema de abertura: a música “Querer é Poder”, com Xuxa e José Augusto. Os artistas participaram do último capítulo do folhetim, em sequência gravada na Ópera de Arame, e cantam a canção cercados por todo elenco. A novela, além de valorizar vários aspectos da capital paranaense, acabou sendo uma espécie de homenagem ao seu 300º aniversário.