Conheci Peter Pan nas histórias do Sítio do Picapau Amarelo. Apaixonado pelas narrativas de Monteiro Lobato desde a infância, descobri a força do personagem na obra homônima escrita pelo pai da literatura infantil brasileira.
Já na pré-adolescência, tive contato com o livro de J. M. Barrie e o encantamento foi inevitável. O autor britânico tem uma habilidade incrível para envolver o leitor. A trama se passa em um tempo indeterminado e o escritor nos brinda com descrições criativas de tipos e lugares.
Não por acaso, há mais de um século, Peter Pan inspira gerações de leitores e tornou-se um ícone da literatura mundial. No teatro e no cinema, as aventuras do menino que não queria crescer revelam também a força do texto do escritor.
Aliás, há muitas especulações sobre o processo criativo de Barrie. O autor teria idealizado Peter a partir da partida precoce de um dos seus irmãos, que morreu ainda na infância. Acredita-se ainda que ele conviveu com os filhos de um casal de amigos, fato relevante para a criação da trama.

Independentemente de sua origem, Peter Pan tornou-se referência para outros inúmeros títulos infantojuvenis que o sucederiam. Pela relevância dos temas abordados, a obra é um clássico inquestionável.
Um ponto interessante a ser analisado diz respeito à figura materna. Peter se mostra forte por não ter uma mãe, mas, com a proximidade com Wendy, fica claro que essa é uma grande fragilidade do garoto. A Terra do Nunca, lugar mágico em que Pan vive, também merece atenção especial. Barrie descreve esse espaço de uma forma tão particular, que cada leitor constrói sua própria visão sobre o local.
Barrie deixa claro que cada um de nós tem a sua própria Terra do Nunca. Afinal, os sonhos variam muito de uma pessoa para outra e o autor nos impulsiona a encontrá-los e jamais perdê-los. Sem dúvida alguma, essa é a grande mensagem por trás das aventuras de Pan.
Barrie deixa claro que cada um de nós tem a sua própria Terra do Nunca. Afinal, os sonhos variam muito de uma pessoa para outra e o autor nos impulsiona a encontrá-los e jamais perdê-los. Sem dúvida alguma, essa é a grande mensagem por trás das aventuras de Pan.
Adaptações
Inspirado no mito grego Pã, deus dos bosques, dos campos dos rebanhos e dos pastores, Peter Pan se popularizou ainda mais com a animação da Disney, lançada em 1953. Até Steven Spielberg foi fisgado pela obra de Barrie e lançou, em 1991, uma aventura cinematográfica baseada na obra: Hook – A Volta do Capitão Gancho.
Com várias adaptações para a tela grande, destaco o longa-metragem dirigido por P. J. Hogan e lançado em 2003. Com Jeremy Sumpter no papel-título, o filme surpreende pela fidelidade à obra de Barrie. É emocionante e divertido, com atuações marcantes de astros como Jason Isaacs. A Disney deve lançar, em 2019, uma versão live action de Peter Pan.
Para quem sempre sonhou com a oportunidade de voar à Terra do Nunca, a boa notícia é que dois espetáculos teatrais permitem um encontro com Pan, Wendy, Miguel, João, Sininho, Capitão Gancho e todos os incríveis personagens desse universo fantástico. Em São Paulo, desde o dia 8 de março, está em cartaz a montagem adaptada a partir do famoso musical da Broadway.
Já na capital paranaense, nos dias 24 e 25 deste mês, a Cia. do Abração apresenta Peter Pan – Em Busca da Terra do Nunca, que faz parte do Festival Era Uma Vez… Eram Duas… Eram Três. Um convite e tanto para os fãs de uma das mais aclamadas obras infantojuvenis de todos os tempos.
