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Home Crônicas Henrique Fendrich

Aquela dos 30

Henrique Fendrich por Henrique Fendrich
3 de maio de 2017
em Henrique Fendrich
A A
Aquela dos trinta

Foto: Reprodução.

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Aviões caindo, eu sonho com aviões caindo, aviões explodindo, colidindo entre si. Nunca estou dentro, fico lá embaixo olhando para o céu, o avião voando de lá para cá, e eu convencido de que a tragédia é iminente. Dali a instantes acontece, cai, explode, colide, e eu acho sempre que estou perto demais do acidente e que serei atingido. No entanto, eu sobrevivo, nunca morri nos meus sonhos. Nem mesmo naquele dia do Apocalipse, aquele dia em que o Sol foi crescendo, crescendo, a ponto de acharmos que iria engolir a todos nós. Não morri e, se acho que a situação está particularmente perigosa para mim durante o sonho, tento ainda um último recurso, que é acordar.

Não se trata de sonhos proféticos, pelos menos até agora, nunca vi avião caindo, ainda não chegou o dia do Armageddon. É quase certo de onde foi que o meu subconsciente tirou inspiração para este sonho, deve ter sido do 11 de setembro, aquelas pessoas no chão, na terra, e o avião colidindo, explodindo sobre as suas cabeças. Não é, até onde eu sei, a expressão dos meus medos, pelo menos não de forma literal, não tenho medo de ver aviões caindo, embora, se pudesse, eu evitaria ter essa experiência.

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Procuro explicações, um intérprete de sonhos, um José do Egito que, de bom grado, eu faria governador. Há os da explicação fácil, positiva, alvissareira, não tem nada de ruim em sonhar com avião caindo, sinal que você irá ascender socialmente, terá muito prestígio no trabalho, a sua promoção virá. Descarto, descarto tal interpretação, o otimismo nunca foi meu forte e, além do mais, eu sequer tenho emprego, sequer tenho profissão, cadê a ascensão?

A verdade é que, neste mês, eu me torno um balzaquiano.

Sou mais simpático a outras visões, associadas aos objetivos, as metas de grande porte que a pessoa definiu para a sua vida, e que podem não estar dando certo. Avião caindo pode ser sinal de que os objetivos estipulados são irreais, de que a pessoa sofre com incertezas e falta de confiança. Aviões se chocando no ar e explodindo pode ser sinal de muitas idéias em conflito na nossa cabeça, o que dificulta a realização de projetos.  Sonhar com o fim do mundo pode ser um indicativo de que está na hora de buscar novos objetivos. Existem ainda os sonhos com a escola, sonho muito que estou na escola, o que parece representar uma dificuldade em decidir os rumos da vida.

Tudo isso procede, ando mesmo sem muita ideia do que fazer da vida, cogito todas as possibilidades, quem sabe se o melhor não seria me tornar monge, me internar em um mosteiro, viver a severa rotina de um asceta? Tudo pode ser, tudo é uma questão de chance e precisa ser considerado, sobretudo por quem não encontra os meios de viver dos seus dons, daquilo que sabe fazer de melhor.

A verdade é que, neste mês, eu me torno um balzaquiano. Trinta anos! Não sei como isso foi acontecer, ainda na infância eu intuía que não serviria para a vida adulta, como é que eu iria conseguir trabalhar, como é que eu iria me casar e cuidar de uma casa, e aqui estou eu, sem trabalhar, sem me casar, sem cuidar de uma casa. Acabou a brincadeira, diz a Sandy, aumentou em mim a pressa de ser tudo o que eu queria. Aviões caem como nunca. Sou jovem para ser velho, e velho para ser jovem.

Tags: 30 anoscrônicaidadeobjetivos
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