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‘A Resistência’: porque resistir é preciso!

Em 'A Resistência', Julián Fuks faz ajuste de contas com seu próprio passado e escancara o perigo que a América Latina vive hoje.

porJonatan Silva
22 de abril de 2016
em Literatura
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'A Resistência': porque resistir é preciso!

Imagem: Reprodução.

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A literatura são mares em paralelo. Seja pelas histórias que se cruzam, ou pelos personagens comuns que se misturam à multidão. Em A Resistência (Companhia das Letras, 142 págs.), romance mais recente de Julián Fuks, uma família argentina deixa seu país para tentar uma vida melhor e fugir da ditadura – ainda que a Terra Prometida, o Brasil, não esteja em uma posição mais vantajosa. Até certo ponto, essa é um acerto de contas do próprio autor. Por outro lado, é um diálogo com o livro homônimo do hermano Ernesto Sabato (1911 – 2011), cuja morte completa cinco anos no próximo dia 30.

A Resistência, já na primeira fase, cria uma imagem de desconforto: “meu irmão é adotado”, dispara o narrador sem preparar o leitor. E esse é o tom do livro. Pequenas farpas são disparadas contra a família, contra o país deixado para trás e contra o país que recebe os dissidentes. Fuks, que esteve entre os jovens escritores escolhidos pela revista Granta em 2012, cria uma prosa íntima, às raias da confissão – uma maneira de transformar o leitor em cúmplice de todo o jogo linguístico e político em que o livro se insere.

Os pais psicanalistas estão/são inertes em relação ao filho adotivo. Eles resistem. Os filhos se mantém incólumes à realidade. Também resistem. E Fuks vai construindo, capítulo a capítulo, um esquema muito próprio de contar sua história, deixando que seus personagens se assumam e se assombrem com o que há diante deles. “Com meus pais aprendi que todo sistema é signo. Que, tantas vezes, contrariando a razão, contrariando a rigidez da garganta, a imobilidade da língua, o corpo grita”, adverte o narrador. O grito – de rebeldia e de dor – é uma resposta à tortura física, psicólogos e, se é possível dizer, social.

Não há como ficar imune ao endireitamento pelo qual qual a América Latina está passando. Talvez essa não seja a real intensão do livro, mas fica na boca um gosto de fel.

Cabe ao narrador, que no caso é o caçula, colocar os pontos nos is. É dele a responsabilidade. Como na música de Morrissey, o mais novo é o mais amado, mas é também ele o único capaz de ver de longe, se afastar com um quê de frieza e observar tudo e todos. E por quê? Porque ele não está ligado a nada, pois tudo está ligado a ele. Só assim é possível resistir de verdade.

Todo o sentido

Não está claro o que é biográfico e o que está no plano ficcional. Pouco importa. Pouco importa de A Resistência tem seu núcleo em Buenos Aires. É possível inverter e, ainda assim, a narrativa faz todo sentido. Existem paralelos entre o cenário atual e a década de 1960/70, tempos em que vozes mais duras falavam mais alto. É como a Santiago sitiada pelos militares de Alejandro Zambra ou a Nairobi de Ngũgĩ wa Thiong’o (leia aqui a resenha de Um Grão de Trigo).

Não há como ficar imune ao endireitamento pelo qual qual a América Latina está passando. Talvez essa não seja a real intensão do livro, mas fica na boca um gosto de fel.

“Um dia tudo é alheio”, justifica o livro – que responde com a sua própria epígrafe: “acredito que há que se resistir; esse tem sido meu lema”.

A RESISTÊNCIA | Julián Fuks

Editora: Companhia das Letras;
Tamanho: 144 págs.;
Lançamento: Outubro, 2015.

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Tags: Alejandro ZambraCompanhia das LetrasCríticaCrítica Literáriaditadura argentinaditadura brasileiraDitadura MilitarErnesto SabatoJulián FuksLiteraturaLiteratura ArgentinaLiteratura BrasileiraNgũgĩ wa Thiong'o

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