• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Literatura

‘Noite do Oráculo’: o livro das obsessões

Em 'Noite do Oráculo', publicado pela Companhia das Letras, Paul Auster criar o seu próprio 'Retrato de Dorian Gray'.

porJonatan Silva
13 de outubro de 2017
em Literatura
A A
'Noite do Oráculo': o livro das obsessões

Imagem: Reprodução.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

Borges sempre foi um mestre dos labirintos: soube – como poucos – criar narrativas que enredavam o leitor em paredes intrincadas de palavras e significados. Guardadas as devidas proporções, Paul Auster parece ter herdado o talento para conceber histórias labirínticas. No caso do escritor norte-americano, a peça-chave de sua construção é a questão da identidade – que permeia a maioria de seus livros.

Em Noite do Oráculo, Auster estabelece um paralelo material – possível graças a um caderno vermelho – entre a noção de identidade que assombra Sidney Orr e aquilo que pode se considerar a realidade. Escritor falido e convalescente, Orr consegue voltar à ativa depois de comprar o caderninho em uma duvidosa papelaria do Brooklyn. Como no retrato de Dorian Gray, o pequeno amontado de papel se transforma em um portal que divide o real e o imaginário.

A literatura de Paul Auster é interconectada por temas comuns e obsessões que, como um novelo, ligam personagem a personagem. O bairro do Brooklyn é também cenário comum em seus livros – desde a fabulosa Trilogia de Nova York. De certa maneira, Noite do Oráculo parece fazer parte dessa incursão detetivesca de Auster: Orr precisa também investigar o que está acontecendo e descobrir como parar a sua própria vaidade.

Pelo absurdo e pelo irreal, é sagaz em tratar de temas delicados e sensíveis a todos nós.

Os narradores de Auster são sempre homens no escuro, tateando o que não veem, inconscientes do que os cerca, desesperados na busca por algum ponto de referência. Quando Orr percebe que sua escrita volta a fluir, ele precisa arcar com os custos do que significa colocar sua imaginação do papel. É preço caro a ser pago. “Eu era culpado”, diz Orr à certa altura – já cônscio do que lhe cabe de responsabilidade sobre os fatos que escreve e torna palpáveis.

Inconsciente

Em uma entrevista recente ao jornal português DN, Auster declarou: “os meus livros vêm do inconsciente.” Parece ser a mesma “fórmula” lynchiniana de criação artística. Não é de duvidar que o autor de Viagens no scriptorium consiga estabelecer o fio condutor de suas histórias em um nível cerebral diferente dos demais. O próprio escritor acredita que “não somos nós que escolhemos a atividade, somos escolhidos.” E isso explica muita coisa.

Pelo absurdo e pelo irreal, é sagaz em tratar de temas delicados e sensíveis a todos nós. Se Roth, por exemplo, tem fissura pela questão judaica, Paul Auster prefere o caldeirão cultural que é a sua Nova York – é um chinês quem vende a Orr o tal caderno vermelho – para criar um mosaico interessante e seguro, capaz de cativar o leitor mais incauto.

NOITE DO ORÁCULO | Paul Auster

Editora: Companhia das Letras;
Tradução: José Rubens Siqueira;
Tamanho: 232 págs.;
Lançamento: Maio, 2004.

COMPRE O LIVRO E AJUDE A ESCOTILHA

Tags: Companhia das LetrasCríticaCrítica LiteráriaJorge Luís BorgesLiteraturaLiteratura Norte-AmericanaNoite do OráculoOscar WildePaul AusterPhilip Roth

VEJA TAMBÉM

'O Amigo' foi o primeiro romance de Sigrid Nunez publicado no Brasil. Imagem: Marion Ettlinger / Divulgação.
Literatura

Em ‘O Amigo’, Sigrid Nunez conecta as dores do luto e do fazer literário

10 de julho de 2025
Michael Cunningham tornou a publicar após anos sem novos livros. Imagem: Richard Phibbs / Reprodução.
Literatura

Michael Cunningham e a beleza do que sobra

8 de julho de 2025
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

Novo 'Superman' questiona premissas antes consolidadas do personagem. Imagem: Warner Bros. / Divulgação.

‘Superman’ quer voltar a ser símbolo — mas de qual “América”?

11 de julho de 2025
'O Amigo' foi o primeiro romance de Sigrid Nunez publicado no Brasil. Imagem: Marion Ettlinger / Divulgação.

Em ‘O Amigo’, Sigrid Nunez conecta as dores do luto e do fazer literário

10 de julho de 2025
Michael Cunningham tornou a publicar após anos sem novos livros. Imagem: Richard Phibbs / Reprodução.

Michael Cunningham e a beleza do que sobra

8 de julho de 2025
Roteiro de Joseph Minion foi sua tese na universidade. Imagem: The Geffen Company / Divulgação.

‘Depois de Horas’: o filme “estranho” na filmografia de Martin Scorsese

8 de julho de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.