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‘O peso do pássaro morto’, de Aline Bei, é um grito pelas mulheres invisiveis

Em 'O peso do pássaro morto', Aline Bei dá voz às mulheres apagadas ao sofrer abusos e violência.

porMarilia Kubota
18 de setembro de 2018
em Literatura
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‘O peso do pássaro morto’, de Aline Bei, é um grito pelas mulheres invisiveis

Imagem: Reprodução.

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O peso do pássaro morto (Nós, 2017), romance de estreia de Aline Bei, narra a vida de uma mulher, dos 8 aos 52 anos, criando um diário de perdas, fracassos e desilusões. É um monólogo sobre o silenciamento diante da violência contra a mulher.

A maior virtude do romance é a linguagem poética, que foca na voz da protagonista. O superfoco, que coloca a subjetividade em primeiro plano, torna a narrativa angustiada. As vozes dos demais personagens, um benzedor, a mãe, a amiga de escola, o namorado, na infância e o filho, a vizinha, a nora, o cachorro, na maturidade, surgem menos como interlocutores e mais como figurantes.

Um trauma na infância e um estupro na juventude marcará a protagonista. É uma menina desde o início da vida impactada pela morte de uma amiga, não ancorada pela família ou pelo entorno social. O superfoco narrativo sugere o silenciamento imposto à protagonista pela família e pela escola.

O silenciamento atrela uma violência a outra, culminando em medo, solidão e abandono. Apesar de tudo, a protagonista tem força, e a lucidez em olhar para a violência e os abusos é que choca:

“isso é tudo
menos coisa de criança
isso é o lugar onde nasce
a dor.
isso é
tudo que destrói a possibilidade de um mundo
um pouco menos cruel
com os mais fortes abusando dos
mais fracos e o pai do lucas
dentro dele
e o pai
do lucas
dentro de
mim.”

A estrutura formal rompe com a norma, levando a pensar sobre a função dos vazios dentro da narrativa.

A estrutura formal rompe com a norma, levando a pensar sobre a função dos vazios dentro da narrativa. O leitor não fica sabendo quase nada sobre os personagens, como são, onde vivem. O início com o vizinho benzedor e as conversas entre mãe e filha induz a pensar numa cidade do interior, ou região de periferia numa grande cidade. A protagonista cita que gostaria de ser aeromoça, mas se torna secretária e tem uma vizinha que ajuda a cuidar de seu filho. A estrutura que rompe com a paragrafação e pontuação narrativa informa sobre o vazio, o silêncio, as rupturas de linguagem e a interdição de falas.

A protagonista é anônima, ao contrário dos personagens que a circundam. O anonimato representa a anulação de sua vida e as mulheres invisíveis que não se tornam manchete ou estatística. Mas compõem a longa história de mulheres submetidas a uma sociedade cruel.

Aline Bei nasceu em São Paulo, em 1987, é formada em Letras e atriz. O peso do pássaro morto é resultado de uma oficina de criação literária orientada pelo escritor Marcelino Freire. Seu romance foi indicado na categoria estreantes para o Prêmio São Paulo 2018.

O PESO O PÁSSARO MORTO | Aline Bei

Editora: Nós;
Tamanho: 195 págs.;
Lançamento: Outubro, 2017.

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Tags: Aline BeiBook ReviewCrítica LiteráriaEditora NósEstuproformagênerolinguagem poéticaLiteraturaLiteratura BrasileiraO peso do pássaro mortoPoesiaResenhaResenha de LivrosRomanceViolência

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