• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Música

A hora e a vez de Siamese

porAlejandro Mercado
30 de agosto de 2017
em Música
A A
Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

Em 2017, até o início de maio, 117 pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT) foram assassinadas no Brasil devido à discriminação à orientação sexual. Os dados do Grupo Gay da Bahia atestam que, a cada 25 horas, um homossexual é assassinado no país. No Paraná, até o fim do mês de junho, 12 pessoas LGBT haviam sido mortas. No ano anterior, o número total foi de 15.

Esses dados compõem uma estatística assustadora para o Brasil, e mais especificamente no caso do Paraná, em que o crescimento de 50% no registro de homicídios configurou um recorde negativo. Desde 2011, são 90 homicídios na terra das araucárias, um número que só não é maior em virtude de que os crimes homofóbicos não são tipificados, ou seja, não estão previstos em lei. Desta maneira, o registro estatístico das ocorrências é dificultado.

Não haveria como tratar de Som do Grave, primeiro EP do cantor, compositor e performer Siamese, sem apresentar esses dados de tamanha relevância. A partir de uma roupagem hip-hop, Siamese engloba o pop e a música eletrônica para abordar, entre outros temas, a aceitação e o empoderamento da diversidade. Na esteira de trabalhos importantes como da Pabllo Vittar e Rico Dalasam, o discurso do cantor nascido em Andirá ecoa até fazer os mesmos dados anteriormente apresentados soarem mais doídos.

A mensagem de Siamese é bem direta, e faz dos arranjos (e da experiência audiovisual) um mecanismo de fruição plena da vida.

A mensagem de Siamese é bem direta, e faz dos arranjos (e da experiência audiovisual) um mecanismo de fruição plena da vida. “Sua competição atrapalha a formação / Sua concessão reafirma a opressão / Deixa a sensação mostrar a lacração / Que a união constrói revolução”, canta o músico em “Close da Bee”, terceira das cinco faixas que compõem o EP.

Não há espaço para o coito interrompido, para a castração mental da plenitude do ser. Siamese usa o disco como um manifesto à diversidade, que pode ser entendida sob variadas formas, mas que aqui é bem representativa da luta LGBT. Contra as imposições dos padrões heteronormativos, Siamese pede que o ouvinte esqueça as convenções e se permita viver sem limites. “Vem colar com o bonde e ver que a gente é livre / Esqueça a velha ideia e se permita viver / O tempo corre solto, pra que impor limites / Respeita a liberdade e comece a somar”, canta em “B. L. U. N. T (B***t’s Lacradoras Unidas Na Taba)”.

Cada opção feita pelo artista, a começar pela estética criada e que dá forma ao trabalho, atua como uma bandeira, um ato político. Não obstante, o discurso passa longe de ser panfletário. Siamese se enxerga como um ser político: seu corpo é político, suas letras são políticas, as cores são políticas, a performance é política, o ritmo é político, existir neste ambiente inóspito que é o Brasil é uma atitude política. A compreensão de que não há atitude apolítica é a síntese da frase da jornalista Eliane Brum: só de optar em dizer, você já tomou partido.

Siamese e seu Som do Grave são formas artístico-musicais de “se deixar possuir pelos outros que vivem seus abismos”, como diz, novamente, Brum. É se despir de si mesmo e enxergar em outrem a possibilidade de uma completude, é permitir preencher-se por uma experiência que não a sua, ciente de que a empatia é requisito básico para uma vida em sociedade. Se todos estes argumentos não forem suficientes para convencer o leitor a ouvir o álbum, ouça, simplesmente, porque é muito bom. Dançantemente e energizantemente bom.

Ouça ‘Som do Grave’ na íntegra no Spotify

link para a página do facebook do portal de jornalismo cultural a escotilha

Tags: Crítica MusicalHip-HopMúsicaqueer rapRaprap curitibanorap paranaenseResenhaSiameseSom do Grave

VEJA TAMBÉM

Nile Rodgers carrega muito talento e hits em sua carreira de quase 50 anos. Imagem: Imagem: Divulgação.
Música

C6 Fest – Desvendando o lineup: Nile Rodgers & Chic

22 de maio de 2025
Wilco retorna após 9 anos de sua última passagem. Imagem: Akash Wadhwani / Divulgação.
Música

C6 Fest – Desvendando o lineup: Wilco

22 de maio de 2025
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

No episódio do último dia 13, Lucimar (Ingrid Gaigher) faz download do aplicativo da Defensoria Pública. Imagem: TV Globo / Reprodução.

‘Vale Tudo’ mostra que as novelas ainda têm força entre os brasileiros

23 de maio de 2025
Segunda edição da Bienal do Lixo ocupa Parque Villa-Lobos até domingo. Imagem: Divulgação.

Em ano de COP30, Bienal do Lixo quer desafiar população a conceber novas formas de pensar o consumo

23 de maio de 2025
Imagem: IFA Film / Reprodução.

Cabelo ao vento, gente jovem reunida

23 de maio de 2025
Nile Rodgers carrega muito talento e hits em sua carreira de quase 50 anos. Imagem: Imagem: Divulgação.

C6 Fest – Desvendando o lineup: Nile Rodgers & Chic

22 de maio de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.