• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Teatro

‘Naízes’ leva o corpo preto periférico para o palco da Funarte

Grupo carioca Coletivando Cia de Dança estreia 'Naízes' em São Paulo no próximo dia 9 de setembro. Espetáculo funde diferentes elementos de danças urbanas para evocar a complexidade e singularidade de corpos pretos periféricos.

porAlejandro Mercado
29 de agosto de 2022
em Teatro
A A
'Naízes' leva o corpo preto periférico para o palco da Funarte

Espetáculo 'Naízes' faz estreia nacional em São Paulo. Imagem: Rafaella Olivieri/Divulgação.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

O corpo não é só um corpo, um conjunto de órgãos, sangue e ossos. É instrumento de comunicação na dança, capaz de revelar toda a história cultural, social, psicológica e biológica[1] em cada um de seus movimentos.

Mas como conjecturar realidades quando a existência é negada ou posta, cotidianamente, à prova? Formada em 2018, a produtora cultural Coletivando Cia de Dança, criada por Luís Silva, junto a outros artistas e pesquisadores da área, tem tensionado, provocado e imaginado essas questões ao longo de sua existência.

Naízes, espetáculo mais recente do grupo, chega no próximo dia 9 de setembro ao Complexo Cultural Funarte SP, para uma temporada que se estenderá até o início de outubro. É a estreia nacional do projeto da Coletivando Cia de Dança.

Em cena, as representações do jovens periféricos, pretos e outros corpos que vivem à margem – aqui, compreendida sob diferentes perspectivas. No palco, Naízes coloca Luís Silva e Pedro Avlis entrelaçando e fundindo elementos de diferentes vertentes de danças urbanas, como waacking e hip hop, para debater (e relembrar) memórias e atravessamentos de corpos deixados sem perspectiva na sociedade e na vida.

‘Naizes’: as percepções sobre o corpo

‘Naizes’: as percepções sobre o corpo
Luís Silva e Pedro Avlis comandam ‘Naízes’. Imagem: Rafaella Olivieri/Divulgação.

Diferentes pensadores lançaram olhar para o corpo, entre eles o filósofo francês Maurice Merleau-Ponty, que exercitou reflexões a respeito da fenomenologia.

Se, como defendia Merleau-Ponty, quando algo se revela à consciência humana, nós primeiro observamos e percebemos aquilo em concordância com sua forma, do ponto de vista da sua capacidade perceptiva[2], também é necessário entender que a percepção é um fenômeno individual[3], construído a partir de processos de origem cultural.

Naízes dá voz a temáticas afro-diaspóricas, evidenciando todas as singularidades do corpo artístico dentro de um contexto adverso.

O individual e coletivo se mesclam no momento em que percebemos algo. A partir desse olhar, o trabalho de Silva e Avlis busca trazer aos olhos do espectador outras realidades, convidando-o a viajar por saberes, costumes e vivências características da população negra.

Seus corpos são emprestados ao objetivo – eles são a mensagem, ou como dizia Merleau-Ponty, forma e conteúdo são indissociáveis, uma unidade indissolúvel.

Naízes dá voz a temáticas afro-diaspóricas, evidenciando todas as singularidades do corpo artístico dentro de um contexto adverso. Se a realidade procura se impor perante a existência preta, o trabalho da Coletivando Cia de Dança procura ressignificar esses atravessamentos e, assim, gerar novas possibilidades.

Se na dança o próximo movimento é recheado de expectativa, percebendo-se alguns detalhes enquanto outros nos escapam, não haveria, então uma percepção neutra e imparcial da arte.

Contudo, a complexidade de linguagens e culturas dá espaço a que se explore a diversidade de ritmos e movimentos, indo além da antecipação e da própria ambiguidade de existir.

Naízes dá ao público um recorte muito interessante do pensamento de Merleau-Ponty: corpo é forma de expressão, pleno de intencionalidade e poder de significação[4].

Ao público, ser do qual não se escapa nem se indissocia, também, a dança, não se deve perder a oportunidade de compreender os gestos como perguntas, capazes de indicar pontos sensíveis do mundo, convidado-nos ao encontro.

SERVIÇO | Naízes

Onde: Complexo Cultural Funarte SP – Sala Renée Gumiel, Al. Nothmann, 1058, Campos Elíseos | São Paulo/SP;
Quando: de 9 de setembro a 1º de outubro, sextas e sábados, às 19h, e domingos, às 18h;
Quanto: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada) | Bilheteria física abre 1h antes do espetáculo; vendas digitais na Sympla.

–

[1] Denise Siqueira e Euler Siqueira em “O corpo que dança: percepção, consciência e comunicação”
[2] Ana Lucia Santana em InfoEscola
[3] Denise Siqueira e Euler Siqueira em “O corpo que dança: percepção, consciência e comunicação”
[4] Denise Siqueira e Euler Siqueira em “O corpo que dança: percepção, consciência e comunicação”

VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI, QUE TAL CONSIDERAR SER NOSSO APOIADOR?

Jornalismo de qualidade tem preço, mas não pode ter limitações. Diferente de outros veículos, nosso conteúdo está disponível para leitura gratuita e sem restrições. Fazemos isso porque acreditamos que a informação deva ser livre.

Para continuar a existir, Escotilha precisa do seu incentivo através de nossa campanha de financiamento via assinatura recorrente. Você pode contribuir a partir de R$ 8,00 mensais. Toda contribuição, grande ou pequena, potencializa e ajuda a manter nosso jornalismo.

Se preferir, faça uma contribuição pontual através de nosso PIX: pix@escotilha.com.br. Você pode fazer uma contribuição de qualquer valor – uma forma rápida e simples de demonstrar seu apoio ao nosso trabalho. Impulsione o trabalho de quem impulsiona a cultura. Muito obrigado.

CLIQUE AQUI E APOIE

Tags: Coletivando ArtColetivando Cia de DançaComplexo Cultural Funarte SPDançaHip-HopLuís SilvaMaurice Merleau-PontyNaízesPedro Avliswaacking

VEJA TAMBÉM

Dirigido por Luciana Paes, Gregório Duvivier protagoniza ode crítica à língua de todos nós. Imagem: Joana Calejo Pires / Divulgação.
Teatro

Crítica: Em ‘O Céu da Língua’, Gregório Duvivier performa as fissuras da linguagem – Festival de Curitiba

8 de abril de 2025
Espetáculo retornou após 15 anos ao festival. Imagem: Roberto Setton / Divulgação.
Teatro

Crítica – ‘In On It’ retorna a Curitiba após 15 anos sem perder o frescor – Festival de Curitiba

4 de abril de 2025

FIQUE POR DENTRO

A artista visual Mariana Valente. Imagem: Reprodução.

Mariana Valente: “Clarice Lispector escrevia como quem cria um rasgo na linguagem”

16 de maio de 2025
Stephen Sanchez traz seu som nostálgico ao C6 Fest. Imagem: Divulgação.

C6 Fest – Desvendando o lineup: Stephen Sanchez

15 de maio de 2025
Claudio Cataño dá vida ao Coronel Aureliano Buendía na adaptação de 'Cem Anos de Solidão'. Imagem: Netflix / Divulgação.

‘Cem Anos de Solidão’ transforma o tempo em linguagem

15 de maio de 2025
Aos 24 anos, Cat Burns vem ao Brasil pela primeira vez. Imagem: Divulgação.

C6 Fest – Desvendando o lineup: Cat Burns

14 de maio de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.