O espetáculo Urubu Comum: Uma espécie tipicamente brasileira que vive no zoológico de Michele Ferreira, da Cia de Teatro do Urubu, tem movimentado a programação do Teatro Novelas Curitibanas. Em cartaz desde o dia 6 de setembro, o grupo se apresenta, de quinta a domingo, até o dia 30, com entrada franca.
Com texto e direção da paulista Michelle Ferreira, os cinco atores (Anderson Caetano, Gustavo Gusmão, Igor Kierke, Michele Pucci e Carolina Meinerz) revelam uma peça marcada pela pluralidade no palco, com um repertório configurado pelo drama, comédia, performance, romance e musicalidade em cena.
O espetáculo, que é a primeira peça e produção da companhia, conta a história de um casal de professores que mora em um apartamento decadente, imersos no contexto de uma grande metrópole. O texto, assinado por Michelle Ferreira, é de 2004, produção que foi desenvolvida e escrita dentro do Círculo de Dramaturgia do CPT.
“Um prédio de apartamento no centro da cidade. Um prédio antigo, decadente, mal cuidado. Seus moradores são prostitutas, universitários, pobres do interior, artistas, profissionais liberais falidos, enfermeiros, balconistas, trabalhadores da noite, operadores de telemarketing e professores”, como o explica o programa do projeto.
Fugindo de uma temática melancólica e pessimista, que a história poderia desenhar, Urubu Comum apresenta uma comédia dramática elaborada a partir de uma narrativa instigante e misteriosa.
Em cena, o casal de professores, “Senhora G” e “Senhor F”, vive um dia comum, até que a chegada de um investigador, que está desvendando o caso de uma morte, coloca a vida dos dois em alerta. O investigador procura pelo morador do edifício que jogou um peixe pela janela, acertando uma menina, que veio a falecer.
Fugindo de uma temática melancólica e pessimista, que a história poderia desenhar, Urubu Comum apresenta uma comédia dramática elaborada a partir de uma narrativa instigante e misteriosa. Contém todas as características que uma boa história precisa: personagens caricatos, mas cheios de personalidade e expressividade, humor, transição entre a presença dos atores em cena, movimentação e eloquência no palco.
Constroem uma dramaturgia que remete ao surreal, mas que, através de um humor inteligente e dominador, aproxima distâncias do imaginário do público. Urubu Comum também fala sobre a velhice, juventude e o desejo de não desistir.
Além de apresentar um aparto cênico e de repertório completo, a companhia ainda incita, durante o espetáculo, alguns “revides” de “protesto”, que ganham potencialidade no fim do espetáculo. Protesto contra alguns eventos da atualidade e mais “Teatro Neles!” foi o que o elenco manifestou, na sessão do último domingo (16), frente à plateia, que já aplaudia de pé.