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Beijo gay de ‘Malhação’ ainda deve ser comemorado

porMaura Martins
8 de outubro de 2018
em Televisão
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Em meio à turbulência dos eventos políticos das últimas semanas, um pequeno evento televisivo repercutiu pouco: o primeiro beijo gay entre homens da história da novela adolescente Malhação. O beijo foi protagonizado pelos personagens Santiago (interpretado por Giovanni Dopico) e Michael (Pedro Vinícius), e foi um dos bons momentos da temporada Malhação – Vidas Brasileiras.

Alguém talvez se questione: mas há alguma novidade em beijo gay na TV aberta em pleno 2018? É claro que o impacto da cena passa longe do beijo entre duas mulheres na novela Mulheres Apaixonadas (2003) e, mais recentemente, entre dois homens na novela Amor à Vida (2014). Além disso, a temporada anterior, Viva a Diferença, já tinha mostrado um beijo entre duas personagens femininas. No entanto, há, sim, avanços a serem destacados na cena envolvendo Santiago e Michael (que se tornaram #Santiel, na hashtag criada pelos fãs do casal).

A grande questão referente a esse beijo, ao que me parece, é a história em que ele se encaixava, trazendo uma discussão que já demonstra evolução na abordagem aos temas ligados às diferentes orientações sexuais. O romance entre Michael e Santiago trouxe mais matizes envolvendo preconceitos, inclusive, entre os próprios gays. Na trama, eles trocam cartas sem se conhecer e, quando finalmente ocorre o encontro, Santiago fica decepcionado por ser Michael (que tem um papel de destaque na trama e é vivenciado pelo ator Pedro Vinícius, que é gay) o alvo de seu desejo. A razão é que Michael é visto como efeminado por seu par, que ainda não se assume como gay – ou seja, é claramente homossexual, no sentido de que se adequa a um entendido estereótipo de que gays assumidos seriam mais femininos.

Não se tratava de apenas um beijo gay, mas um encontro que promovia já uma reflexão mais avançada para uma novela adolescente. Não era, por fim, mera representatividade – ainda que ela seja fundamental, é claro.

Ou seja: não se tratava de apenas um beijo gay, mas um encontro que promovia já uma reflexão mais avançada para uma novela adolescente. Não era, por fim, mera representatividade – ainda que ela seja fundamental, é claro. Vale lembrar, inclusive, que há uma discussão vigente sobre a real efetividade de se mostrar relações homossexuais na TV mas de forma enviesada, “domesticada” para olhares ainda preconceituosos. Esta é a visão, por exemplo, de Pedro Diniz, responsável pela coluna “Close”, do jornal Folha de São Paulo.

Em texto provocativo, que merece uma visita, Diniz pontua: “beijos gay em novelas não deveriam ser comemorados. Pelo menos não aqueles encenados nos folhetins brasileiros. (…) Na maioria dos casos, beijos entre homens ocorrem nos últimos capítulos, como clímax de histórias coadjuvantes nos meses de exibição, a exemplo da trama das 21h, e, invariavelmente, são tímidos, recatados e sem nenhum compromisso com o realismo”. Ou seja, os romances gays só caberiam nas tramas televisivas na medida em que não incomodam, são estetizados – em suma, não parecem, de fato, romances de verdade.

A análise é relevante. Mas, no que diz respeito da cena de Malhação, penso que ela pontua um evidente progresso na dramaturgia, justamente por não repercutir tanto assim. Um sinal, talvez, de que não precisamos mais falar tanto sobre isso. A densidade gradativa das tramas gays é algo que importa e merece ser observada – e quem sabe chegará um dia em que um personagem homossexual será apenas um personagem, sem adjetivações. Ainda que toda a narrativa de Malhação – Vidas Brasileiras tenha um tom excessivamente didático, como já pontuei em outro texto, talvez a tentativa de naturalizar certos temas seja um dos grandes trunfos da temporada.

Por fim, um adendo: talvez a principal reverberação da cena de Malhação tenha se dado nas redes de pessoas conservadoras que lamentaram o beijo, numa tentativa de fazer circular um discurso do “vejam só o que estão fazendo com nossas crianças”. Diria que o problema crucial desse raciocínio está numa ideia, superlativa, que ainda coloca a TV como uma influenciadora soberana do pensamento da população (o resultado das eleições, inclusive, mostra que a TV não consegue chegar nem perto disso). Ou seja, não se trata apenas de um posicionamento preconceituoso (pois coloca a homossexualidade a algo a ser banido da sociedade), mas também ilógico.

Por isso, fica aqui o elogio à Rede Globo, que marca posição ao veicular a cena, a permanecer firme às críticas (diferente de outros momentos das novelas, em que personagens tiveram sua participação diminuída ou mesmo foram mortos, após ser detectada a rejeição do público) e, mais do que isso, a celebrar a iniciativa em suas redes. Ainda que possa parecer marketing, presta um serviço importante em um país afogado em nebulosas trevas.

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Tags: beijo gaycrítica televisivaGloboMalhaçãoMalhação - Vidas BrasileirasMalhação: Viva a DiferençanovelaPedro DinizRede Globotelevisão

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