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‘Pablo e Luisão’ é a melhor criação da comédia brasileira dos últimos anos

A engraçadíssima e comovente série 'Pablo e Luisão', da Globoplay, baseia-se nas histórias da família do comediante Paulo Vieira, que foi criado no Tocantins.

porMaura Martins
16 de junho de 2025
em Televisão
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Otavio Muller e Ailton Graça brilham como Pablo e Luisão. Imagem: Globoplay / Divulgação.

Otavio Muller e Ailton Graça brilham como Pablo e Luisão. Imagem: Globoplay / Divulgação.

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Ainda que o humor não seja a prioridade atual das emissoras brasileiras, as mentes pensantes deste gênero seguem pujantes e profícuas. E talvez nada tão interessante tenha surgido na comédia brasileira nos últimos anos do que a série Pablo e Luisão, superprodução da Globoplay nascida do talento e da memória familiar de Paulo Vieira.

Na verdade, as histórias contadas ali não são exatamente uma novidade. Há anos, Paulo Vieira – comediante nascido em Goiás e criado no Tocantins – compartilha publicamente os causos vivenciados por sua família enquanto ele crescia, em Palmas. São essas histórias (que envolvem seu pai, Luisão, e o melhor amigo dele, Pablo) que agora viraram seriado na Globoplay. Em alto estilo: há claramente um grande investimento da Globo feito aqui, no diz respeito tanto aos gastos na produção quanto na contratação de um elenco de destaque.

Nos 16 episódios desta primeira temporada, somos apresentados à família de Paulo, que nos conta as histórias como uma espécie de narrador presente e invisível: ele aparece nas cenas, só que não está de fato lá, mas sim testemunhando o seu passado em Tocantins. Todo o elenco central está impecável: a mãe, Conceição, é vivida por Dira Paes; Luisão é Ailton Graça e Pablo é Otavio Muller. Soma-se a ele duas pequenas revelações: Yves Miguel, como o próprio Paulo, e João Pedro Martins, como seu irmão Neto.

Elenco afiado presente em ‘Pablo e Luisão’. Imagem: Divulgação.

As aventuras dos dois amigos revisitam algo bem típico da identidade (e do humor) do brasileiro: a necessidade de se virar para lidar com as dificuldades. Todos os episódios (baseados em casos reais e testemunhados pelos verdadeiros Conceição, Luisão e Pablo ao fim de cada um deles) mostram alguma peripécia realizada pela dupla para se dar bem e descolar algum dinheiro para a família. E, em 99% dos casos, tudo acaba dando errado.

Essa matriz humorística não é exatamente uma novidade: pode-se pensar, por exemplo, nas malandragens de João Grilo e Chicó em O Auto da Compadecida, ou nas peripécias de Pedro Malasartes, o famoso personagem vindo do folclore português. Só que, diferente desses supracitados, por mais que tentem, Luisão e Pablo parecem sempre incapazes de tomar boas decisões.

A graça, portanto, está na triangulação da malandragem ingênua dos dois com o temperamento forte e pragmático de Conceição, maravilhosamente encarnada por Dira Paes, já consolidada como uma das maiores atrizes brasileiras. Ao lado dos filhos e de um impecável elenco de apoio, eles se juntam para dar um show e nos entregar umas boas horas e entretenimento familiar com muita graça.

‘Pablo e Luisão’: humor que homenageia o Brasil

Mas se tudo isso não bastasse, Pablo e Luisão consegue trazer muitas outras qualidades que a colocam no topo do humor que tem sido produzido nos últimos anos no Brasil. A ideia aqui é provar que não é preciso inventar a roda para fazer algo novo e acertar dentro da comédia. Bem no fundo, o grande trunfo da série de Paulo Vieira é o que ela traz de mais básico: o texto.

O roteiro de Pablo e Luisão consegue a façanha de unir piadas originais e antigas com a sensibilidade necessária para uma série que compartilha com o público uma história de afetos familiares.

O roteiro (assinado por Vieira, ao lado de Mauricio Rizzo, Bia Braune, Caíto Mainier, Nathalia Cruz e Patrick Sonata) consegue a façanha de unir piadas originais e antigas com a sensibilidade necessária para uma série que compartilha com o público uma história de afetos familiares.

E tudo isso aparece de maneira equilibrada: obviamente, há episódios melhores que outros, mas nenhum deles perde a linha ou decepciona. Há opções para todos os gostos – pessoalmente, escolho os do padre que faz cambalachos, do sindicato dos salgadeiros, o inacreditável episódio do bar e os emocionantes e hilários que envolvem Tio Zé (Carlos Francisco) e Tia Vera (Rejane Faria).

Preste atenção nas sutilezas: como as camisas que Paulo Vieira veste em cada episódio, na cenografia elaborada e cuidadosa, nos efeitos especiais e nas tantas participações de luxo, com estrelas da Globo como Miguel Falabella, Marcelo Adnet e Lima Duarte figurando em pontas que enriquecem as cenas. Mas, por fim, não dá para deixar de mencionar o brilho de Wilton Rabelo (de Bacurau), que se une ao elenco central no meio da temporada para dar vida ao impagável Seu Justino.

Wilton Rabelo brilha como Seu Justino. Imagem: Divulgação.

Por fim, vale lembrar que, em tempos que muito se fala sobre o “direito” que o humor teria de ofender em prol de suas piadas, Pablo e Luisão consegue entregar um programa de entretenimento popular de alta qualidade e que não infringe nenhuma lei nem fere o direito de existência de qualquer minoria de poder.

Em pleno 2025, isso não é pouca coisa. Que a série de Paulo Vieira possa ter vida longa e migre para a grade aberta da TV Globo, atingindo um público muito maior.

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Tags: Aílton GraçaDira PaesGloboplayMauricio RizzoOtavio MullerPablo e LuisãoPaulo VieiraTV Globo

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