Quando a gente é criança, tem na cabeça a ideia de que toda amizade é pra sempre. Que aquelas pessoas que brincam de Power Rangers (eu era a rosa), andam de roller e respondem cadernos de questionários vão crescer juntas, mesmo sem saber muito bem o que significa crescer.
Chegamos na adolescência e, de repente, já deixamos vários amigos para trás, assim, sem perceber. Mas os da vez, ah, eles sim nós temos certeza de que vão ficar ao nosso lado até o fim.
E depois de tantas conversas, festas, bebedeiras, risadas, confissões, discussões, cartinhas, mensagens, noites e madrugadas, chega o dia: somos adultos. E lá estão eles, ao nosso lado. Já não são as mesmas pessoas, como imaginávamos que aconteceria, mas são nossos grandes amigos. Vieram depois, nem sabemos como, apareceram e ficaram, não sabemos até quando.
“Já não são as mesmas pessoas, como imaginávamos que aconteceria, mas são nossos grandes amigos. Vieram depois, nem sabemos como, apareceram e ficaram, não sabemos até quando.”
E assim a vida continua, cheia de mudanças e renovações, porque é isso que a deixa tão interessante, não é? Os novos pensamentos nos tornam diferentes, transformam os caminhos e fazem cada um seguir por um rumo, perdendo o contato e deixando permanecer somente um enorme carinho. Mas tudo bem ser assim, quem cruzou a mesma estrada que a gente já faz parte da nossa história e tem o direito de continuar escrevendo a sua como quiser. Sigo em frente com a minha, feliz por dar a merecida liberdade a essa gente que tanto me ensinou.
De todos os amigos que um dia me acompanharam, guardo pelo menos uma boa lembrança – um olhar, um conselho, um sorriso, uma luta de dentro do Megazord imaginário que seja. Porque amizade é pra sempre, sim, mas de um jeito diferente. É um “pra sempre” que mora aqui, dentro de nós, e isso já basta.