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Ética e política da banda de garagem

Yuri Al'Hanati por Yuri Al'Hanati
9 de setembro de 2019
em Yuri Al'Hanati
A A

Imagem: Reprodução.

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Montar uma banda com os amigos é criar uma nova política dos afetos. Misto de relacionamento amoroso com empreendimento, a banda exige equilíbrio entre os humores, compreensão ante as limitações, conciliação de demandas e horários, manejo de egos e estratégias coletivas para metas possíveis. Por essa confusão entre tratar amigos como colegas de trabalho e colegas de trabalho como amigos, é sempre necessário pensar em uma ética e política da banda de garagem.

Para começo de conversa, os primeiros recursos investidos em uma banda amadora são sempre tempo e dinheiro. Tempo para ensaiar e dinheiro para pagar o ensaio, caso não seja possível ter um home studio. O quanto um ensaio pode render – acertar músicas, afinar vozes, criar uma memória mecânica que dê firmeza à execução – é o quanto de dinheiro e tempo serão gastos. Alguém que se dedique pouco ao ensaio particular invariavelmente atrasará o ensaio geral, e desperdiçará não apenas os próprios recursos quanto os recursos dos demais. Via de regra, essa é a origem das primeiras rusgas das bandas de garagem: o descompasso entre os distintos comprometimentos, que pode ser gerado por uma irresponsabilidade culposa ou pelo atropelo do cotidiano, diante do qual a música guarda a dualidade de ser ao mesmo tempo sagrada e supérflua.

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Montar uma banda com os amigos é criar uma nova política dos afetos. Misto de relacionamento amoroso com empreendimento, a banda exige equilíbrio entre os humores, compreensão ante as limitações, conciliação de demandas e horários, manejo de egos e estratégias coletivas para metas possíveis.

Endereçar esse problema gera um segundo, que é a promiscuidade da recepção da crítica. Se feita em tom profissional, ainda assim pode ser tomada como pessoal. Aceitar críticas e cobranças de membros da banda requer uma maturidade que a experiência mostra ser escassa. A frustração diante de dois ou três ensaios mal sucedidos é contagiosa, e não raro acontecem as primeiras tentativas de desistência – por parte dos menos talentosos, quando percebem o atraso, por parte dos mais talentosos, quando não há qualquer indício de autocrítica por parte dos menos talentosos. Aqui entra o poder de convencimento que move o redemoinho agregador da banda de garagem. Renovar a crença nos objetivos, revalidar os valores, tal qual um matrimônio cansado. É neste momento em que a união dos membros deixa de ser trabalho e se torna, mais uma vez, amor. Tangenciar emoções profundas da alma humana em nome de futuros incertos é a única maneira de fazer com que ninguém resolva dedicar seu tempo a coisa mais rentável. Como aguentar a convivência forçada, as broncas, a displicência de um, o senso de humor incompreensível de outro, se não por um laço afetivo que transcende a racionalidade?

A banda profissional não passa por essa confusão de relações. É um emprego como qualquer outro, e não raro velhos amigos deixam de lado o amor que os uniu um dia em nome da reputação e plateia que construíram. Não se olham na cara nunca mais, mas fazem caretas e simulam sinergia orgânica no palco. A banda de garagem é o último reduto afetivo do músico aspirante. Qualquer coisa dali para a frente será prejudicado por um excesso de sentimentos. Por isso é importante saber lidar desde já. Por isso é importante saber o que se quer.

Tags: afetobanda de garagemcobrançadinâmicadinheiroEnsaioÉticamúsicapolíticatempo
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