Carioca radica em Curitiba, Arícia Machado tem desenvolvido um trabalho com ilustrações digitais e pinturas em acrílica, tendo como centro de sua arte o cyberpunk, a natureza, o indígena romântico e demais elementos relacionados com os povos originários.
Formada na Faculdade de Artes do Paraná (FAP) em Cinema e Audiovisual e em Ciências Biológicas na UFPR, além de mestre em Ecologia e Evolução na UERJ, foi sua atuação como artista multimídia e diretora de arte que a levou a transitar entre o cinema e produções digitais, videoartes, ilustrações e por outros formatos dentro do audiovisual.
Desde o último dia 24 deste mês, Arícia Machado conta com uma exposição na Caixa Cultural Curitiba, em que procura tensionar a relação entre tecnologia e o ser humano através de experimentações com arte digital. Noite Ciborgue até o dia 25 de setembro, é resultado de recortes de um curta-metragem escrito pela artista durante sua graduação na FAP.
Ela é constituída por instalação de luzes, além de esculturas e resina e sucata eletrônica. A proposta é que o espectador a mostra tenha a possibilidade de refletir elementos da contemporaneidade, em especial os mecanismos que permeiam as conexões entre o orgânico e o tecnológico.
Noite Ciborgue esteve, anteriormente, em exposição no MuMa, no Portão Cultural, onde Arícia também contava com outro trabalho, Natura in Data. Este também partia do mesmo roteiro elaborado durante a graduação e criava um cenário bastante perturbador e provocativo, elementos intrínsecos ao trabalho da artista carioca.
‘Noite Ciborque’: como o sublime se tornou excessivo
A relação entre os seres humanos e as tecnologias não é uma novidade no campo da arte. A literatura e o cinema, em especial, deram e dão muito destaque ao tensionamento dessas construções, na maioria das vezes centrando as discussões sob uma perspectiva distópica e distanciada.
Se a arte procurou colocar esse vínculo excessivo (e abusivo) com um tom distanciado – isto é, os impactos da tecnologia seriam um tanto distantes –, Noite Ciborgue parece se valer de outro tipo de olhar, mais próximo.
Arícia Machado coloca o visitante da mostra em uma experiência imersiva em que o excesso é a tônica. Componentes eletrônicos, linhas em circuito e grafismos são apresentados para além de um limite que poderia ser aceito como “normal”.
Como a pandemia colocou diante das pessoas a urgência de se pensar um “novo normal”, um dos primeiros olhares (e, talvez, até de modo natural) foi pensar na tecnologia como o agente catalisador deste cenário. Para tal, vale a reflexão que Noite Ciborgue nos impõe.
SERVIÇO | Noite Ciborgue
Onde: Caixa Cultural Curitiba – R. Conselheiro Laurindo, 280 | Centro;
Quando: de 25 de junho a 25 de setembro, de terça a sábado, das 10h às 20h, e domingos e feriados, das 10h às 19h;
Quanto: Entrada gratuita.
Mais informações podem ser obtidas no site da Caixa Cultural Curitiba clicando aqui.
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