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‘Novela’ promove um pastiche bem-humorado para falar do amor pelos folhetins

Produzida pelo Porta dos Fundos, ‘Novela’, série original da Amazon Prime Video, satiriza os clichês das novelas.

porMaura Martins
8 de agosto de 2023
em Televisão
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Monica Iozzi e Miguel Falabella

Monica Iozzi e Miguel Falabella comandam a dinâmica em 'Novela'. Imagem: Porta dos Fundos/Divulgação.

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Falar da paixão dos brasileiros por novelas é praticamente chover no molhado – e o sucesso de folhetins recentes, como Pantanal e Vai na Fé, ambos da Globo, mostram que essa relação de amor está longe de se esgotar. Por isso, a série Novela, produção do Porta dos Fundos disponível na Amazon Prime, chega em bom momento para lembrar que é possível (ainda!) rir do nosso gosto por esse formato.

Digo isso porque as telenovelas são baseadas sobretudo na repetição, na aposta em reforçar aquilo que nos é familiar. E é justamente isso o que sustenta o tom cômico no texto elaborado por Gabriel Esteves e Valentina Castello Branco: na exposição dos estereótipos mais batidos associados ao gênero.

Mas há, claro, a oxigenação provocada pela ideia central: a de uma novelista arrojada, Isabel (Monica Iozzi), que é contratada para escrever uma novela para Lauro (Miguel Falabella), mas que tem sua trama roubada sem levar os créditos. Quando Rebote do Destino vai finalmente ao ar, ela tem tudo o que Isabel mais detesta dentro das novelas: enredos previsíveis, tramas batidas (do tipo gêmeo bom e gêmeo mau e mortes forjadas) e, claro, uma estética absolutamente kitsch e focada no estilo de vida dos ricos e famosos.

Quando Isabel descobre que foi passada para trás, algo acaba acontecendo com ela: é “sugada” para dentro da TV e passa a viver dentro da novela que escreveu. Agora, o desafio vai ser descobrir como fugir da ficção e voltar para a vida normal.

‘Novela’: uma homenagem divertida ao gênero popular

Ok, não é exatamente uma ideia inovadora colocar o autor dentro de um produto audiovisual. Mas pode-se dizer que isso é feito com graça e certa originalidade na trama de Novela. Para começar, a série claramente dialoga com uma memória afetiva dos brasileiros com os incontáveis folhetins que marcaram a sua vida – sobretudo, os clássicos dos anos 80 e 90 na Globo.

A principal fragilidade da série é que ela acaba se fiando mais em promover o reconhecimento do passado das novelas do que em arrancar gargalhadas do público.

A principal graça de Novela talvez seja ir captando essas referências. A mais divertida provavelmente é a que remonta à maravilhosa cena de A Guerra dos Sexos, de 1983, em que os primos Charlô (Fernanda Montenegro) e Otávio (Paulo Autran), que se odeiam, tomam um café enquanto vão jogando comida na cara um do outro (veja abaixo).

Isso vai tornando a série num pastiche em que a graça é justamente identificar as homenagens ao longo dos episódios, quase como se fosse um jogo. Há menções a Pai Herói, à cena final da banana para o Brasil em Vale Tudo. E, com alguma imaginação, dá ainda para captar alusões estéticas a obras cinematográficas (como a enfermeira sensual de Daryl Hannah em Kill Bill ou as mulheres apagadas sendo empurradas em cadeira de rodas em Fale com Ela, de Pedro Almodóvar).

Elenco de ‘Novela’ é escolhido a dedo para trazer nostalgia dos anos 80. Imagem: Porta dos Fundos/Divulgação.

Outro fator que vai contemplar os noveleiros é a presença no elenco de atores ícones dos anos 80 e 90, como o próprio Miguel Falabella (tido como um autor de folhetins do horário das 19, voltados ao humor), mas também Suzy Rêgo, Herson Capri e Tarcísio Filho (em uma homenagem acidental ao pai, Tarcísio Meira, galã inconteste de novelas).

O resultado é divertido, embora não exatamente brilhante. Em boa parte dos momentos, falta a Novela aquilo que é crucial neste tipo de seriado: graça. O fim dos oito episódios parece um tanto jogado, deixando um gancho claro (talvez demais) para nova temporada. Mas penso que a principal fragilidade da série do Porta dos Fundos é que ela acaba se fiando mais em promover o reconhecimento do passado das novelas do que em arrancar gargalhadas do público.

Entretanto, é preciso fazer jus à entrega dos atores ao projeto. Em especial, os dois protagonistas, Monica Iozzi e Miguel Falabella, estão propositadamente exagerados como a autora cult/ cínica e o autor abusivo.

Considero injusto não destacar dois atores que trazem um brilho a mais para Novela: Marcello Antony, bastante divertido como os gêmeos Geraldo e Inácio (especialmente quando aparece com uma peruca ridícula), e a sensacional Yara de Novaes, uma atriz mais conhecida no teatro e no cinema, como uma típica megera de novelão mexicano. Para quem curte uma trama exagerada e desfruta do prazer dos recursos da metalinguagem, Novela é um deleite.

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Tags: Amazon Prime VideoMiguel FalabellaMonica IozziNovelaNovela mexicanaporta dos fundosRebote do DestinoSérie

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